Economia
Nasdaq ameaça expulsar marca de roupas de Messi após queda das ações
Craque argentino licenciou seu nome e imagem para a MGO Global, que comercializa as peças de vestuário; empresa não conseguiu capitalizar a notoriedade do atleta
Para a MGO Global, empresa da Flórida que comercializa roupas da marca Messi, o cenário não poderia ser melhor. Em plena vigência do contrato de uso de seu nome, a Argentina sagrou-se campeã mundial com a ajuda de seu craque. Então, o atleta assinou com o Inter Miami, desencadeando uma febre futebolística sem precedentes nos Estados Unidos. No entanto, a empresa não conseguiu capitalizar a notoriedade do atacante, acomodou-se em prejuízos e despencou na bolsa. Agora, a Nasdaq ameaça expulsar a empresa do mercado após o colapso das suas ações.
Uma leitura atenta do folheto do IPO (oferta pública inicial), em que Messi foi mencionado mais de 300 vezes, já levantava dúvidas sobre se o preço cotado refletia o valor da empresa. Era uma pequena empresa com quatro funcionários, na qual os seus fundadores e acionistas tinham investido um total de pouco mais de US$ 4 milhões antes da estreia no mercado e que sofria perdas recorrentes.
Ao preço de US$ 5 dólares por ação da sua oferta pública, a MGO Global estava agora avaliada em cerca de 58 milhões de euros. Isto, apesar de a empresa reconhecer na IPO que havia “dúvidas substanciais” sobre a sua “capacidade de continuar em atividade” devido às suas perdas históricas recorrentes.
Essas perdas continuaram. Enquanto a Adidas lutava para satisfazer a demanda desenfreada por camisas do Inter Miami, a moda estilo Messi não pegou. A empresa dobrou as perdas no segundo trimestre. As vendas das roupas de Messi aumentaram, mas em níveis tão escassos que nem sequer cobriram os pagamentos ao jogador pela utilização do seu nome. A empresa, em busca de volume, incorporou um novo ramo de negócios com a venda de bandeiras, mas que também gera prejuízos.
Messi cedeu seu nome e imagem em troca de royalties de 12% das vendas de roupa da sua marca faturadas pelo MGO, mas está garantido um mínimo de 4 milhões de euros para um contrato que dura três anos e não está sujeito a renovação automática. O contrato expira no final de 2024.
Após a publicação dos resultados trimestrais em agosto, o preço caiu e não subiu. As ações são negociadas a US$ 0,58 cada nesta terça-feira, 88% abaixo do preço de cotação. A empresa tem um valor de pouco mais de US$ 8 milhões, apesar de ter levantado mais de US$ 5 milhões no IPO.
A Nasdaq enviou carta à empresa na semana passada informando que, durante o período de 30 dias úteis consecutivos de 7 de setembro de 2023 a 18 de outubro de 2023, as ações da empresa não mantiveram o preço mínimo de fechamento de um dólar necessário para continuar negociando no mercado de capitais Nasdaq. Isto representa uma ameaça de expulsão, embora já tenha sido concedido à empresa um prazo inicial de 180 dias corridos, até 16 de abril de 2024, que pode ser prorrogado, para voltar a cumprir essa exigência.
“Se a empresa não conseguir cumprir novamente a exigência [durante os prazos concedidos], as ações ordinárias da empresa estarão sujeitas a fechamento de capital”, reconhece a MGO Global em um documento arquivado na SEC, a reguladora dos mercados nos EUA. Nele, acrescenta que “a empresa está neste momento avaliando as suas opções para regressar ao compliance”, mas que “não pode haver garantia” de que voltará a cumprir aquela regra ou de que continuará a cumprir qualquer um dos outros requisitos.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
4REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
5FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado