Economia
Após demissões, metalúrgicos da General Motors fazem paralisação nesta segunda-feira
Trabalhadores da fábrica de São José dos Campos confirmaram greve em assembleia
Metalúrgicos da unidade de São José dos Campos, cidade a 87 quilômetros da capital paulista, amanheceram a segunda-feira em greve após a montadora anunciar demissões em suas três fábricas de São Paulo. A paralisação foi aprovada neste domingo em assembleia.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, a fábrica só voltará a produzir após o cancelamento dos cortes e garantia de estabilidade no emprego para todos. A aprovação pela greve foi por unanimidade, nesta segunda, em assembleia unificada entre os três turnos.
Com a greve, a fábrica de São José dos Campos deixa de produzir cerca de 150 carros por dia. A unidade produz os modelos S-10 e Trailblazer, motores e transmissão.
Além de São José dos Campos, foram demitidos trabalhadores de São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. A empresa ainda não informou quantos funcionários foram demitidos. As demissões foram realizadas por telegramas e e-mails no último sábado, sem negociação prévia com os sindicatos. No domingo, uma assembleia realizada em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos já havia aprovado a greve.
Em junho, a montadora assinou um acordo de layoff (suspensão dos contratos de trabalho) com o sindicato. O documento garante estabilidade no emprego para todos os funcionários até maio de 2024. As demissões atingiram os trabalhadores que estavam em layoff, assim como os que estavam na fábrica. A montadora tem cerca de 4 mil trabalhadores em São José dos Campos.
Parte dos salários dos 1.200 trabalhadores que estão em layoff é paga com recursos públicos, pelo FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador). Segundo o sindicato, além de quebrar o acordo de layoff, a GM descumpriu a legislação que obriga empresas a abrirem negociação com o sindicato da categoria antes de realizarem demissão em massa.
“A GM agiu de forma ilegal, por desrespeitar o acordo e a legislação, e imoral, por desrespeitar os trabalhadores. Não vamos produzir um parafuso sequer, enquanto as demissões não forem canceladas”, afirmou em nota o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.
Adequação dos quadros
A GM afirmou em comunicado que teve de "adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes" em função da "queda nas vendas e nas exportações".
A companhia comentou que a adequação do número de pessoal ocorreu após várias medidas nas fábricas que incluíram "layoff", férias coletivas e proposta de demissão voluntária.
"Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro", afirmou a montadora.
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