Economia
Petróleo na Foz do Amazonas: 'Petrobras tem condições de entregar estudos mais sólidos', diz presidente do Ibama
O Ibama rejeitou o pedido inicial de exploração apresentado pela Petrobras, citando barreiras logísticas e ambientais
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou nesta terça-feira que a Petrobras tem a capacidade de apresentar estudos “mais sólidos” para sustentar o pedido de licenciamento para atividade de perfuração em um bloco situado na chamada Margem Equatorial, que abrange a foz do Rio Amazonas. O objetivo é verificar a existência de petróleo neste ponto.
O Ibama rejeitou o pedido inicial de exploração apresentado pela Petrobras, citando barreiras logísticas e ambientais.
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O entendimento foi que a solicitação não continha garantias para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo. Também foi destacado, por exemplo, a previsão de impactos da atividade em três terras indígenas em Oiapoque (Amapá).
— O Ibama já emitiu duas licenças naquela região (na Foz). Agora (para o pedido), o Ibama vai querer estudos mais sólidos, e a gente acredita que a Petrobras tem condições de entregar estudos mais sólidos — diz Agostinho, completando durante audiência na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, que recebe também a ministra Marina Silva.
O lote para o pedido de licenciamento é chamado pelos técnicos de "Foz 059". A região, com um todo, é pouco explorada e conhecida pela ciência, segundo o órgão ambiental.
— O Ibama vai emitir a licença quando entender que os estudos demonstram a viabilidade e isso vale para qualquer tipo de empreendimento.
O principal risco, que vem sendo relatado, é que a região em que o poço seria perfurado está a 830 km de Belém (PA). É a capital paraense que tem a estrutura de resguardo e apoio a um eventual acidente, diz o presidente do Ibama.
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Em uma eventual exploração de petróleo na região, avalia ele, essa estrutura de apoio precisaria está situada em Oiapoque (Amapá), a 179 km da área de exploração.
— É importante deixar claro: o Ibama não faz política energética. Não é o Ibama que vai decidir quando o Brasil vai mudar de petróleo para hidrogênio (...) Foram uma série de inconsistências, do ponto de vista da fauna, comunicação social e outros estudos — disse.
Após a negativa, a Petrobras apresentou um pedido de reconsideração e, dentre outros pontos, disse que vai garantir um reforço na equipe de atendimento a um eventual acidente, com uma estrutura em Oiapoque.
Na sessão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, voltou a afirmar que a decisão do Ibama de indeferir o pedido da Petrobras foi baseada em critérios técnicos e será respeitada.
— Eu não diria pressão. Há expectativa e o Ibama lida com essas expectativas com muita tranquilidade. O processo de licenciamento é técnico e exatamente por isso é de natureza ética que se tenha o tempo necessário para fazer um trabalho com celeridade, mas também equidade — disse.
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