Economia
INSS: presidente do órgão diz que atuará em quatro frentes para combater fraudes em benefícios
Medida deve atingir quem recebe BPC/Loas, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Mais rapidez nas perícias e integração de bancos de dados da União devem ajudar a identificar problemas
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pretende atuar em quatro frentes para reduzir as fraudes e melhorar a eficiência na concessão de benefícios. Entre elas, estão ajustes na legislação para permitir acesso a dados sigilosos, como a declaração do Imposto de Renda para requerentes do Benefícios de Prestação Continuada (BPC/Loas), pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência da baixa renda.
ZapZap do Extra: Receba as principais notícias no seu celular; clique aqui e faça parte da comunidade do Extra.
Também estão na lista maior rapidez na realização de perícias médicas, com a aceitação de atestados de médicos do SUS; maior integração entre os bancos de dados da União, dos estados e municípios; e investimentos na segurança de rede de sistemas para evitar crimes cibernéticos.
Segundo o presidente do INSS, as fraudes hoje em dia são eletrônicas, cibernéticas e não se dão mais em cima de processos manuais, como no passado.
Stefanutto destaca ainda que as operações para identificação de fraudes precisam ser criteriosas, com alvo definido e não mais genéricas porque podem trazem transtornos à população e resultados poucos efetivos.
— Temos que aprender com nossos erros. Fazer um amplo chamamento não resolve o problema das fraudes, pega só meia dúzia e, ainda assim, os casos podem ser revertidos na Justiça — disse o presidente do INSS.
Ele afirmou que as medidas estão sendo estudadas pelo grupo de trabalho, criado por decreto em agosto para apontar medidas de combate a fraudes e melhoria na gestão na concessão de benefícios que contribua para a redução da fila no INSS e traga economia.
Economia de até R$ 20 bilhões
Ao participar de audiência no Congresso Nacional no mês passado, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, citou uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre um gasto de R$ 1 trilhão com benefícios previdenciários e assistenciais. A conclusão foi que que 10% dessa despesa se referem a concessões com suspeitas de irregularidade.
Se o governo revisar entre 1% e 2% poderá economizar entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões — verba que poderia ser utilizada para recompor o Orçamento da União em 2024, disse a ministra.
De acordo com a proposta orçamentária encaminhada ao Congresso, os benefícios pagos pela Previdência vão consumir R$ 913,94 bilhões no próximo ano.
O ex-presidente Jair Bolsonaro iniciou o governo com a adoção de medidas de combate às fraudes no INSS. O objetivo era economizar R$ 10 bilhões por ano, mas a meta não foi batida e, no meio do mandato, o combate às fraudes deixou de ser foco da gestão com a suspensão das operações em parceria com a Polícia Federal (PF), depois da descoberta do envolvimento de servidores.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
3ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
4REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
5FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado