Economia

BNDES lucra R$ 3,7 bi no primeiro semestre

Segundo diretoria do banco de fomento, lucro líquido recorrente caiu 45% ante primeira metade de 2022, por causa da redução do caixa; R$ 72 bilhões foram devolvidos ao Tesouro Nacional

Agência O Globo - GLOBO 16/08/2023
BNDES lucra R$ 3,7 bi no primeiro semestre
BNDES - Foto: Fernando Frazão (Ag. Brasil)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,7 bilhões no segundo semestre deste ano, um tombo de 45% ante igual período de 2022.

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O lucro líquido contábil foi de R$ 9,5 bilhões na primeira metade do ano. A diferença se explica por causa de efeitos não recorrentes sobre os resultados financeiros, como o pagamento de dividendos da Petrobras, na qual o BNDES tem participação acionária importante, disse o o diretor Financeiro e de Crédito Digital, Alexandre Abreu.

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Conforme o executivo, o principal motivo para o lucro líquido recorrente tombar no primeiro semestre deste ano foi a redução do caixa do banco de fomento. Essa redução se deveu ao pagamento antecipado da dívida do BNDES com a União.

Devoluções

Ano passado, foram devolvidos R$ 72 bilhões ao Tesouro Nacional. Segundo Abreu, desse valor, os R$ 45 bilhões devolvidos em novembro foram repassados ao Tesouro Nacional sem que os financiamentos feitos com esses recursos tenham retornado ao caixa do banco.

– O valor estava no caixa, quando tira, perdemos a receita. É a principal explicação para a queda no lucro recorrente – afirmou o diretor do BNDES.

Desembolsos

Os desembolsos para financiamentos em curso somaram R$ 40,6 bilhões no primeiro semestre, uma alta de 22% em relação a igual período de 2022, informou o banco de fomento.

Segundo Abreu, quando se considera o acumulado em sete meses, até julho, os desembolsos somaram R$ 50,2 bilhões, uma alta de 31% ante igual período do ano passado.

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O executivo destacou ainda os dados das consultas – a primeira etapa do processo de pedido de financiamento ao BNDES, quando as empresas informam ao banco que têm interesse numa operação.

No primeiro semestre, as consultas somaram R$ 126,8 bilhões, salto de 151% ante a primeira metade de 2022. Segundo Abreu, é a maior variação semestral da série histórica do BNDES.

Queda dos juros

Para o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos, Nelson Barbosa, a queda nas taxas de juros ajudará a tornar essas consultas na contração de financiamentos nos próximos meses. Após o Banco Central (BC) iniciar a queda taxa básica Selic (reduzida para 13,25% ao ano, ante 13,75% antes), a TLP, taxa do BNDES que segue as cotações dos títulos públicos, também deverá cair.

– Com o inicio da queda da Selic, e em seguida a queda da TLP, várias consultas se tornarão empréstimos – afirmou Barbosa.