Economia
Dólar segue em baixa com apetite a risco no exterior
Após acumular perdas de 2,79% na semana passada, o dólar segue em baixa no mercado à vista, diante da valorização do euro, da libra e da maioria das divisas emergentes e ligadas a commodities frente a divisa americana na manhã desta segunda-feira, 30. O mercado de câmbio pode sofrer influências técnicas ligadas à formação da taxa Ptax do fim de maio, que será definida nesta terça-feira (31).
O real volta a se beneficiar do apetite por ativos de risco, estimulado pela reabertura de Pequim, um pacote de estímulos econômicos anunciado pela Prefeitura de Xangai, que deve afrouxar também as restrições a empresas contra covid-19 a partir de 1º de junho. Os mercados em Nova York seguem fechados nesta segunda-feira de feriado de Memorial Day, nos EUA.
Na Europa, o alto representante da União Europeia (UE), Josep Borrell afirmou que um acordo sobre a proposta de embargo a importações de petróleo da Rússia deve ser fechado até a tarde desta segunda-feira, após reuniões com contrapartes dos 27 países membros do bloco. Ele não descartou um acordo que abra exceção para as importações via oleodutos, modalidade utilizada pelos países mais dependentes do petróleo russo, como Hungria, República Checa e Eslováquia.
Na Alemanha, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) acelerou para 7,9% em maio, ante 7,4% em abril, segundo dados preliminares divulgados nesta segunda-feira pela Destatis, a agência de estatísticas do país. O resultado superou a previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam aumento de 7,5%. Em relação a abril, o CPI alemão subiu 0,9% em maio. Neste caso, a projeção era de alta de 0,5%.
Mais cedo, no mercado local, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio veio em linha com as previsões e tem efeito limitado nos juros. O IGP-M arrefeceu a 0,52% em maio, após alta de 1,41% em abril. O resultado ficou dentro do intervalo da pesquisa Projeções Broadcast, que tinha piso de 0,05% e teto de 0,67%. A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M desacelerou de 14,66% para 10,72%, também em linha com a estimativa intermediária do levantamento. No ano de 2022, o indicador acumula alta de 7,54%.
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) cresceu 7,4 pontos na passagem de abril para maio, para 93,3 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 2,1 pontos. Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 2,1 pontos na passagem de abril para maio, na série com ajuste sazonal, para 98,3 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 3,0 pontos.
O mercado também está digerindo a pesquisa FSB/BTG mostrando hoje que, sem João Doria (PSDB) na corrida presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou a vantagem de intenção de voto, no primeiro turno, sobre o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Em comparação com a pesquisa divulgada no final de abril, no cenário estimulado de primeiro turno, Lula sobe de 41% para 46% e Bolsonaro segue com 32%. Ciro Gomes (PDT) segue com 9% e a pré-candidata do MDB, Simone Tebet sobe de 1% para 2%.
O teto para ICMS fica no radar. Como pelo menos 19 dos 81 senadores querem se lançar candidatos a governador nas eleições deste ano, o resultado da votação da proposta de teto de 17% de ICMS a energia e combustíveis no Senado torna-se mais imprevisível do que na Câmara.
Às 9h29 desta segunda-feira, o dólar à vista caía 0,43%, a R$ 4,7176. O dólar para junho recuava 0,24%, a R$ 4,7195.
Autor: Silvana Rocha
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