Economia
BC tem estudado tema da poupança em tempos de alta nos juros, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 26, que a autarquia tem estudado o tema da poupança, que neste período de elevação da taxa de juro nominal perde rentabilidade para outras aplicações. No entanto, segundo Campos Neto, mudanças na poupança têm que ser feitas com cautela para não criar ruptura.
Ele fez essa afirmação durante evento do setor imobiliário organizado pelo Secovi ao ser perguntado ao ouvir de um dos participantes a sugestão para se adotar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como indexador dos investimentos na caderneta de poupança em substituição à Taxa de Referência (TR).
Só para efeito de informação, o setor imobiliário é grande interessado no bom rendimento da poupança cujos recursos são usados como “funding” para financiar projetos imobiliários.
“Seria importante uma poupança mais casada com a destinação de recursos”, apontou o banqueiro central aos empresários ponderando, no entanto, que mudanças na poupança precisam ser feitas mediante consulta pública, ouvindo todos os envolvidos e interessados.
A mensagem de Campos Neto para os empresários do setor imobiliário no que diz respeito à caderneta de poupança é a de que se precisa de equilíbrio nas decisões. Quando a Selic estava em 2% ao ano em termos nominais e que estava ocorrendo forte migração de outras aplicações para a poupança, disse o banqueiro central, havia uma preocupação muito grande na instituição.
“Com a Selic em 2%, estávamos preocupados com a migração alta para a poupança. Com a taxa de juros subindo, temos preocupação com a saída de recursos da poupança”, enfatizou Campos Neto.
Contudo, segundo o banqueiro central, em reuniões que o BC tem feito com os bancos, uma das informações que a autoridade monetária tem pedido às instituições financeiras que efeito a alta de juros exerce sobre o mercado financeiro.
Para Campos Neto, em processos de altas de juros podem ocorrer dois erros: subir demais a taxa ou subir de forma lenta demais. E ao subir o juro lento demais pode-se incorrer em desancoragem mais definitiva das expectativas. “O Brasil é particular. Por ter uma memória inflacionária, a atuação do BC tem que ser diferente.”
Sobre o atual ciclo de aperto monetária em curso, o presidente do BC disse que a autarquia entende que o trabalho precisa ser feito evitar que o custo depois seja maior. “Entendemos que temos instrumentos que dá para fazer o trabalho em um horizonte não muito longo. Depois podemos voltar à normalidade”, tranquilizou o banqueiro central.
Autor: Thaís Barcellos e Francisco Carlos de Assis
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