Curiosidades
'Iniciou uma onda': Gael García Bernal e Alejandro González Iñárritu falam de 'Amores brutos', de volta aos cinemas
'Ver na tela grande é uma experiência muito potente', afirma Alejandro González Iñárritu
Vencedor de quatro estatuetas do Oscar pelos trabalhos em “Birdman ou (a inesperada virtude da ignorância)” (2014) e “O regresso” (2015), ajudou a abrir as portas de Hollywood para o cinema mexicano e para nomes como Guillermo del Toro e Alfonso Cuarón. Um marco importante, há 25 anos, foi o lançamento de “Amores brutos” (2000).
'Uma ferida que não curou':
Wagner Moura:
Exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes, o longa pegou o público de surpresa pelo estilo frenético e pela trama multientrelaçada ao contar a história de um terrível acidente de carro que conecta três narrativas na Cidade do México. Além da estreia de Iñárritu, o filme marcou o primeiro trabalho como protagonista de .
Em comemoração pelos seu quarto de século, “Amores brutos” passou por processo de restauração e digitalização em 4K e está em cartaz nos cinemas brasileiros. No dia 24, ficará disponível na plataforma Mubi.
— Acho que uma das qualidades mais milagrosas de “Amores brutos” é a atemporalidade — diz Iñárritu, de 62 anos, em coletiva de imprensa on-line acompanhada pelo GLOBO. — Tenho muita confiança de que quem ainda não viu o filme vai sentir o mesmo impacto emocional e visual que a audiência sentiu no verão de 2000. Ver na tela grande é uma experiência muito poderosa. O filme não perdeu força. Tem músculo, narrativa implacável, personagens que continuam vivos e conflitos humanos profundos e atuais.
Visão compartilhada
Gael García Bernal, que voltaria a trabalhar com o cineasta em “Babel” (2006), lembra o impacto do longa.
— Iniciou uma onda que ultrapassou o México, com um reflexo muito pessoal e em toda a América Latina. “Amores brutos” não mostrava apenas a Cidade do México, mostrava realidades latino-americanas, uma cosmovisão compartilhada. E isso deu origem a muitas outras coisas culturalmente significativas — diz o ator de 46 anos. — Me atrevo a dizer que o filme se tornou quase um ritual de passagem para os jovens latino-americanos. Chega um momento da vida em que você “tem que ver ‘Amores brutos’”. Como aconteceu comigo, por exemplo, com “Laranja mecânica”. Tive a sorte de vê-lo no cinema, na Cinemateca Nacional, e lembro até hoje da volta pra casa, completamente absorvido pelo filme.
Orgulhoso de seu primeiro filme, Iñárritu fala com admiração, e um pouco de surpresa, sobre o que conseguiram fazer especialmente nas filmagens do acidente de carro que marca o pontapé inicial da trama.
— Hoje em dia, eu diria: “Vamos precisar de 10 dias e 20 vezes mais orçamento, além de muito mais treinamento.” O que quero dizer é que vejo isso com admiração pela juventude que tínhamos: com as vísceras, o coração, os músculos, a inocência, a loucura, a irresponsabilidade total. Porque realmente poderíamos ter tido muitos acidentes, e não tivemos. É uma cena cheia de adrenalina, que me enche de orgulho. Me surpreende ainda hoje como conseguimos fazer aquilo com tão poucos recursos — observa o cineasta.
O protagonista concorda:
— Eu nunca vi, em nenhum filme antigo ou moderno, uma batida de carro como aquela. Com aquele impacto narrativo, quero dizer. Não é só o acidente em si, a batida abre uma porta para a questão central do filme. Te joga diretamente na história. Nunca vi um acidente fazer isso em outro filme — diz Bernal.
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