Curiosidades

Após desabafo emocionado, MC Carol recebe onda de apoio: 'Estou menos pior que ontem'

'Não importa o quanto eu ganhe ou se dou palestras fora do país, eu ainda sou tratada com preconceito e desrespeito, também de pessoas próximas', relata a cantora e compositora

Agência O Globo - 11/10/2025

A cantora e compositora MC Carol, que completou 32 anos na última segunda-feira (6), fez um desabafo emocionado na quinta. Em vídeos compartilhados no Story do Instagram, a funkeira disse, aos prantos, que o seu trabalho não era respeitado e que sofre constantemente ataques misóginos e racistas. Nesta sexta, ela voltou às redes para agradecer a onda de apoio que recebeu de um dia para o outro.

"Eu nunca recebi tantas mensagens de carinho, compaixão e afeto! De ontem pra hoje eu devo ter recebido umas mil mensagens e eu estou tentando ler todas com muita atenção, inclusive de psicólogas! Obrigada pessoal, estou menos pior que ontem! Eu sei que o mundo não vai mudar para nós mulheres, o mundo nunca foi gentil principalmente para nós mulheres pretas periféricas! Parece que a gente nasce com umas obrigações e deveres que atravessam gerações!", começa o extenso relato de Carol, que segue:

"Nenhuma mulher da minha família teve estudo, casa própria, habilitação… minha bisa, minha vó e minha mãe casaram novas, tiveram diversos filhos e ganharam porrada a vida toda! E aí, quando você escolhe ser um pouco diferente, como por exemplo não ter filho aos 15 anos, ou 6 filhos aos 30, trabalhar, tirar habilitação, ter um carro ou moto, ter autonomia, ser independente, não pedir opinião... aí o mundo começa a dizer que você quer fazer coisas de homem, quer ser homem…".

"Eu sei que em TODAS as profissões, nós mulheres recebemos ataques machistas e etc, mas vocês não têm noção do que é ser uma mulher preta que canta funk. Não importa o quanto eu ganhe, não importa se é um festival respeitado, não importa se eu estou dando palestras fora do país, como eu fiz inúmeras vezes em faculdades pelo mundo com a música “Não foi Cabral”, não importa se com o funk eu saí de um barraco de um cômodo e um banheiro no morro do Preventório e hoje moro numa mansão em Niterói com 10 quartos, salão de festa, banheira e piscina, eu ainda sou tratada com preconceito e desrespeito, também de pessoas próximas!", conclui o texto.