Cultura Pop

'La ursa', máscara símbolo do Carnaval de Olinda e destaque em 'O Agente Secreto', ganha exposição no Catete

'Entre máscaras e gigantes: Os Juliões do carnaval de Olinda' celebra o legado do artesão pernambucano Julião Vilela, nascido no final do século XIX

Agência O Globo - 10/12/2025
'La ursa', máscara símbolo do Carnaval de Olinda e destaque em 'O Agente Secreto', ganha exposição no Catete
- Foto: Reprodução / Instagram

Se você assistiu ao filme "O Agente Secreto" ou já viveu o Carnaval de Pernambuco, certamente reconhece a tradicional máscara "La ursa", um dos símbolos mais marcantes do folclore do estado. Agora, ela ganha lugar de destaque na exposição "Entre máscaras e gigantes: Os Juliões do carnaval de Olinda", que será inaugurada nesta quinta-feira (11) no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan), no Catete. A mostra celebra o legado do artesão olindense Julião Vilela, nascido no final do século XIX, reunindo peças confeccionadas por sua família.

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Antes da abertura oficial, o público poderá participar de uma oficina ministrada por João Dias Vilela Filho e seu filho Mateus — terceira e quarta gerações da família que mantém vivo o ofício — com a participação do colaborador Anderson Ezequiel Leite. A atividade será realizada das 14h30 às 16h30. A exposição abre oficialmente às 17h e, às 18h30, a área externa do Museu de Folclore Edison Carneiro recebe apresentações dos grupos "Favela Brass" e "A Bagaceira Frevo Orquestra".

Além das máscaras, o visitante encontrará ao longo da mostra um panorama documental em fotos e vídeos que contextualiza toda a produção, incluindo registros das etapas de trabalho na casa-ateliê de João Dias Vilela Filho, em Pernambuco.

Para a autora da pesquisa que deu origem ao catálogo da exposição, a antropóloga Raquel Dias Teixeira, o público terá a chance de entrar em contato direto com um pedaço essencial da cultura popular pernambucana.

"O ofício molda rostos e memórias do imaginário popular. Mais que objetos festivos, essas máscaras, ao habitarem diferentes lugares e contextos, expressam vínculos de parentesco, convivência e território, perpetuando um saber que une trabalho, brincadeira e invenção", analisa a especialista.

E quem quiser desfilar no próximo Carnaval com uma peça tradicional ou mesmo decorar a casa com um item da cultura popular, poderá adquirir as máscaras, que custam entre R$ 100 e R$ 250.

A família de Julião das máscaras

A exposição também apresenta a trajetória da família do artesão Julião Vilela, que se estabeleceu em Olinda no fim do século 19. Seu filho, João Dias Vilela, nascido em 1924, desenvolveu desde cedo habilidades manuais e seguiu os passos do pai, produzindo grandes cabeças para fantasias de Carnaval e assinando mais de 50 bonecos gigantes que marcaram a folia pernambucana.

Já João Dias Vilela Filho, nascido em 1960, herdou do avô o apelido Julião das Máscaras e conviveu intensamente com o pai, de quem aprendeu os ofícios que mantêm vivo o legado da família. Entre os cinco irmãos, foi o único a seguir no artesanato. Sempre andei lado a lado com ele", relembra o artesão.

Serviço:

Exposição: “Entre máscaras e gigantes: Os Juliões do Carnaval de Olinda”

Artistas: Família Julião

Local: Museu de Folclore Edison Carneiro

Endereço: Rua do Catete, 179 – Catete, Rio de Janeiro – RJ

Abertura: 11 de dezembro, às 17h

Período de visitação: Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h

Entrada: gratuita

*Estagiário sob supervisão de Gabriela Germano