Cultura Pop
Mônica Carvalho desabafa sobre preconceitos sofridos como roteirista: 'Me olhavam com surpresa e desconfiança'
Também atriz e produtora, ela fala ao EXTRA sobre a paixão pelo cinema, família e beleza após os 50 anos: 'Já fiz muitas personagens sensuais, mas nem por isso as evito hoje em dia'
Os belos olhos verdes continuam os mesmos. Mas a carreira... Mônica Carvalho pôde ser vista recentemente nas reprises da TV Globo de “História de amor” (1995), como a empregada Neusa, e “A viagem” (1994), numa participação especial como uma das namoradas de Raul (Miguel Falabella). Também está no Globoplay Novelas, na reexibição de “Fina estampa” (2011), como Glória, uma secretária que se torna peça central num escândalo sobre fertilização. Além dessas três, a atriz encarnou personagens em outras 12 novelas e protagonizou a sensual abertura de “Mulheres de areia” (1993). Mas sua ausência dos folhetins, há quatro anos, tem despertado a curiosidade do público: por onde anda? Mônica conta que tem seguido outros caminhos na arte.
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— O cinema foi uma paixão avassaladora. Hoje, tenho a minha produtora, a Yva Filmes, e isso me dá uma autonomia muito grande, posso escolher com quem quero trabalhar. Isso é grandioso! Foram as experiências como atriz de novelas dentro das três maiores emissoras do país (Globo, Record TV e SBT) que me fizeram aprender a elaborar roteiros, criar personagens... Agora, o meu maior foco é a escrita — detalha, aos 54 anos, 32 deles de carreira artística.
Fazer novelas, ela entrega, não está mais em seus planos. Ao menos por ora...
— Isso me tiraria do meu foco durante um ano, pelo menos. E eu teria que ficar no Rio de Janeiro para gravar, longe da minha família. Exige muita dedicação — explica ela, nascida em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, descoberta aos 13 anos para os primeiros trabalhos como modelo na praia de Copacabana, na Zona Sul carioca, e radicada há quase duas décadas em São Paulo, na companhia do marido, o empresário Alaor Paris Júnior, de 45 anos, e da filha do casal, Valentina, de 9.
Ela conta que começou a escrever por curiosidade:
— Eu tinha mania de ler sinopses de novelas em que eu nem atuava. As secretárias dos diretores guardavam pra mim. E assim fui entendendo como se fazem boas histórias. Mas jamais pensei que um dia pudesse virar profissão. Escrevo há 15 anos, e há oito criei meu próprio núcleo de criação, com outros dois roteiristas, Michele Muniz e Marcelo Corrêa.
Em cartaz nos cinemas como uma das protagonistas de “Estranhos na noite”, dirigido por Walther Neto e com sua coprodução, Mônica finaliza seu quarto longa-metragem como roteirista, produtora e atriz. No ano passado, ela ganhou o prêmio de Melhor Filme no Art Film Award International Festival, no Leste Europeu, com a comédia “Licença para enlouquecer”. Agora, em “Deixe-me viver”, que tem expectativa de lançamento para o primeiro semestre do ano que vem, elaborou e interpreta a história de Andrea, uma mãe que desafia tudo e todos para dar a oportunidade de sua filha realizar o último desejo antes de partir, com câncer.
— Ficamos um mês rodando o filme entre São Paulo e Trancoso (BA). Essa história que aborda a ortotanásia (prática de permitir que a morte natural ocorra sem o uso de meios artificiais para prolongar a vida, focando no alívio do sofrimento do paciente terminal) é um convite a desacelerar e a valorizar o que realmente importa — reflete Mônica: — Eu nem gosto de história triste. Mas minha filha mais velha (Yaclara, de 21 anos, que mora em Milão, na Itália, onde estuda Administração), me influenciou na ideia. Ela é apaixonada pelo “A culpa das estrelas” (2014), e pensei que eu poderia elaborar um filme que chamasse a atenção dos jovens. Chorei escrevendo, acho que os espectadores também vão se emocionar.
‘Nãos’
“A começar pelo fato de ser mulher, sofri preconceito como roteirista. A indústria do cinema é muito masculina. Os profissionais me olhavam com surpresa e desconfiança. Cansei de levar “não”. Por outro lado, também neguei quando quiseram mudar meus roteiros, se eu já tinha o patrocínio. As decepções foram me fortalecendo. E também fui incentivada e elogiada por gente grande, como (o autor) Walther Negrão e (diretor) Mário Lúcio Vaz”.
Saudade do público
“Sempre que uma novela de que participei é reprisada, eu ouço nas ruas: “Volta pra TV... Nunca esqueci seus olhos verdes”. É bom saber que fiquei na memória afetiva do público. Sou de uma época em que o artista fazia novela e ficava com o rosto estampado em jornais e revistas, sendo admirado por meses”.
Personagens sensuais
“Já fiz muitas personagens sensuais, mas nem por isso as evito hoje em dia. Ao contrário: se eu encarar uma daqui pra frente, vai ser um desafio. Vou sempre tentar fazer de uma forma diferente. Não tenho esse tipo de receio”.
Beleza após os 50
“Me manter bem aos 54 anos é mais trabalhoso. Não posso mais comer o que comia aos 20 e preciso investir nas atividades físicas, até porque não quero me tornar uma senhorinha travada. Tomo vitaminas, vou a bons dermatologistas cuidar da pele, aplico botox, ácido hialurônico... Se um dia achar que tenho que fazer alguma plástica, vou encarar. Esses cuidados se traduzem em saúde e amor-próprio. Quero me manter cada vez melhor fisicamente porque é agora que minha cabeça está boa”.
Etarismo
A minha idade não me incomoda, até porque não aparento ter 54. Mas tem uns chatos na internet, que vou te falar! E são mulheres, em sua maioria. Meu marido tem quase dez anos a menos, mas parece ser mais velho, pela postura. Estamos juntos há 18 anos, e sou eu que agito a casa, que gosto de festa, que planejo as viagens. Nos casamos três vezes, e já estou querendo renovar os votos em Trancoso, onde temos casa”.
‘No limite - Amazônia’
“Não sei onde eu estava com a cabeça quando topei participar (risos). Os perrengues foram reais. Passei fome e ainda virei meme porque queria um cafezinho. Foi uma experiência forte, tem que ter garra e coragem. Eu me diverti, mas estava louca para sair (ela foi a primeira eliminada do programa, em 2023). Reality, nunca mais. Tá pago!”.
Carnaval
“Já tem uns quatro anos que não desfilo. Agora, só vou pra Avenida ver a Grande Rio, sou apaixonada. Já encerrei esse ciclo, meu momento é outro. Desfilar exige dedicação. Tem que ensaiar, estar em forma, fazer bonito. Eu já fui rainha de bateria duas vezes, fui eleita musa, amo o carnaval. Foram quase 30 anos na escola, mas agora tem outras mulheres maravilhosas para surgirem e o povo assistir. Fico de plateia também”.
Espiritualidade
“Eu sou uma mulher de muita fé. Acredito em Jesus, nos preceitos da Bíblia. Sou cristã, a minha família sempre foi. Frequento a Sara Nossa Terra e ganhei a minha primeira Bíblia da minha tia, em 2004. É um livro de sabedoria, de conforto, de aprendizado”.
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