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“Águas do Negão” inunda o centro de Palmeira e escancara o caos urbano

Redação 04/11/2025
“Águas do Negão” inunda o centro de Palmeira e escancara  o caos urbano

A madrugada desta segunda-feira (4) foi marcada por uma cena insólita no coração de Palmeira dos Índios. Um verdadeiro “chafariz gigante” surgiu debaixo da terra na Avenida Antônio Matias, jorrando água em plena via pública e deixando moradores atônitos. O “milagre líquido”, como ironizaram alguns, é fruto de uma das perfurações realizadas pela empresa Águas do Sertão (Conasa) — concessionária responsável pelo abastecimento e saneamento da cidade.

Mas o espetáculo aquático escancarou um problema muito mais profundo: o caos generalizado das obras da empresa no município. Ruas destruídas, calçamentos arrancados, valas abertas e nunca recompostas transformaram Palmeira em um verdadeiro cenário de guerra.

Buracos por toda parte

Quem caminha pelo centro de Palmeira percebe facilmente o estrago. Avenidas como a Fernandes Lima, ruas do entorno da Praça da Independência, além dos bairros Paraíso e São Francisco, estão completamente tomadas por crateras e remendos malfeitos.

“É um absurdo! Eles cavam, quebram, não avisam ninguém, e o calçamento nunca volta a ser o mesmo”, reclama um morador. “A cidade parece que foi bombardeada.”

Falta de fiscalização e desrespeito ao cidadão

Além do transtorno no trânsito e da poeira constante, os buracos deixados pelas intervenções têm causado acidentes e prejuízos a comerciantes e motoristas. A ausência de fiscalização efetiva da Prefeitura e do poder público agrava ainda mais o cenário.

Enquanto o discurso oficial promete modernização e melhoria no saneamento, a realidade mostra descuido e falta de respeito com o patrimônio urbano e com a população.

Em meio ao desespero, restou aos moradores o humor popular: “as Águas do Negão”, como ironizam, viraram símbolo do descaso e da falta de planejamento. O que deveria ser um serviço essencial transformou-se em um retrato vivo da desordem — um retrato que, infelizmente, reflete o abandono de uma cidade que pede socorro.