Por que esquerda e centro poderão perder

19/09/2021
Os atos do último domingo deram uma mostra evidente da fragilidade de um movimento centrista com o objetivo de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro e “apeá-lo” do poder. Movimentos de centro e de direita tentaram  turbinar seus protestos , confiantes em que a bizarra tentativa presidencial de emparedar o Poder Judiciário faria a classe média que apoiou em parte a rua de 2013 e a tomou em 2016 voltasse a dar as caras. Fracassou, como qualquer pessoa com visão razoável perceberia ao examinar as imagens da avenida Paulista. Isso para não falar no vazio no resto do país. A presença das maiores lideranças de uma possível terceira via, a exemplo de Mandetta, Ciro Gomes, Amoedo e Dória não conseguiu atrair o povo para a manifestação. Ao olhar esses nomes não encontramos um sequer, com musculatura eleitoral para competir com Lula ou Bolsonaro, mas atrapalha um bocado. A impossível união dos partidos de centro e de esquerda que poderia levar a uma vitória no primeiro turno, está descartada. Se Bolsonaro segurar seus arroubos de ditador de republiqueta, parar com confrontos com os poderes e mantiver um relacionamento republicano (o que não é fácil) poderá sim, conquistar o segundo mandato, mesmo que seja um desastre para o país.
Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.