Tempos nebulosos

07/07/2021
Perguntado sobre possibilidade de haver clima para um eventual processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, respondi que não faço a mínima ideia do que poderá acontecer, mas alguma coisa haverá de acontecer, diante desse caos absoluto, abalando muito a estabilização institucional do país. O assunto faz-me lembrar uma palestra que assisti, em Brasília, proferida por uma procuradora da PGR e eu lhe perguntava: o Brasil tem jeito? E ela me respondia: “tem que ter, mas terá que chegar a uma grande e extremosa convulsão, para aí então renascer”. Percebo que esse tempo pode estar chegando. Isso é muito ruim para o país. Nosso foco deveria ser a pandemia, o combate ao desemprego. Temos uma nação de desempregados. Se percebe, claramente, uma antecipação do calendário eleitoral. Há uma incerteza muito grande. Particularmente não acredito em impeachment. Não podemos brincar de botar e tirar presidente. Não creio que haja mudanças bruscas. Mas consequências para o ano que vem, virão sim, muitas. O governo Bolsonaro acabou, sua popularidade vai definhar. Se o que faltava era a indicação de corrupção, temos aí uma fartura de acusações, suspeitas e provas, como uma bomba no colo de um presidente irresponsável, tosco e negacionista. É aguardar para conferir.
Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.