Jogo de togas sujas

07/03/2018

Até certo tempo bem avaliado e com a confiança da população o Poder Judiciário “surfava” como talvez o único confiável. No centro do foco da Lava Jato, julgando, prendendo e libertando políticos e empresários acusados, terminou por assistir o envolvimento de muitos de seus integrantes na lama da corrupção e da “trambicagem”, em Brasília e em todos os estados da federação. Para piorar estoura no colo dos magistrados questões como as tais verbas indenizatórias, os indecentes “auxílio moradia” e outros “penduricalhos” com o objetivo de engordar seus vultosos vencimentos, afrontando a sociedade brasileira.

Para se ter uma ideia com adicionais ao salário como indenizações, gratificações e as chamadas “vantagens pessoais e eventuais”, 718 de um total de 2.536 juízes e desembargadores da Justiça de São Paulo receberam líquido, em junho, mais do que a maior remuneração entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) naquele mês – R$ 44,3 mil. Em média, esses magistrados receberam R$ 52,6 mil líquido, contra os R$ 33 mil pagos aos 11 ministros do Supremo.

Não dá para suportar tamanha ousadia, principalmente diante de uma majoritária população que recebe míseros salários.

Pedro Oliveira

Pedro Oliveira

Escritor e jornalista com vasta experiência em análise política. Autor dos livros “Arquivo Aberto/Crônica de um Brasil Corrupto”, “Brasil 2006 A História das Eleições” / “Manual Prático de Licitações e Contratos” “Resumo Político - Crônicas, histórias e os bastidores da política brasileira”. Articulista político da Tribuna do Sertão, Jornal Extra e Blog Resumo Político. Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB, Presidente do Instituto Cidadão e Membro Coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Atuou no Diário de São Paulo, Revista NÓS ( SP), Diários Associados ( Jornal de Alagoas), Jornal de Hoje. Fundador do Jornal Opinião e do Correio de Alagoas, este junto com o jornalista Pedro Collor de Mello.