Presidencialismo de coalisão: a causa
Dilma Rousseff (PT) mergulhou em uma crise política cuja dimensão não chamava a atenção de analistas desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Presidência. Em xeque, o presidencialismo de coalizão, mas não exatamente por esgotamento do modelo, e sim porque Dilma não demonstrou a "destreza" necessária para lidar com um arco de alianças muito maior do que FHC e Lula tiveram de formar para garantir governabilidade.
Ao mesmo tempo em que Dilma lançou mão, neste segundo mandato, de articuladores políticos que não lhe deram nada em troca além de derrotas, a presidente também se tornou vítima da fragmentação dos partidos políticos de sua base. Pois quanto mais partidos, mais demandas, maior o esforço para manter a base unida em tempos, inclusive, difíceis para a economia nacional e, consequentemente, para as contas públicas.
Nesse contexto, as denúncias de corrupção na Petrobras, as sucessivas derrotas no Congresso, a própria crise dos partidos políticos e o papel torto desempenhado pelos agentes do governo (quase paralítico) e pelas forças de oposição ao PT no Planalto (que endossam as teses de impeachment) contribuíram para a construção de um cenário caótico. Esta é a avaliação dos cientistas políticos Cláudio Couto, da FGV, e Sérgio Praça, da UFABC, com as quais concordo integralmente.
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