Ninfomaníaca

18/03/2014
A mente entende aquilo que seu portador está preparado para ver ou o que quer ver, simplesmente. E sob essa espécie de realidade induzida acabamos por ver somente o que é agradável ou pornograficamente aceitável para os padrões íntimos de cada um. E não foi muito difícil acreditar que existe certa fantasia sobre Ninfomaníaca. Uma fantasia que encobre o espírito do filme e deixa a pornografia com as mãos, seja em salas de cinema ou em salas (ou quartos) pessoas.
Digirido por Lars Von trier, Ninfomaníaca – Volume I tem em si mais que a nudez, nem tão explícita nem tão pudica, que o sexo, sem os exageros comuns da indústria pornográfica; Tem, em segundo plano, a expressão do drama, do sentimentalismo abalado, das relações familiares e dos fracassos pessoais. Revela a sexualidade feminina sob o ângulo da dependência sexual, d humanismo da mulher e da face do abuso e das limitações do próprio corpo.
De uma única vez o público pode matar a vontade de ver sexo, pode analisar a psicologia de uma mulher nas mais diferentes situações e notar o impacto do homem em uma relação até o limite do aceitável, onde novos paradigmas são formados.
Injustamente visto como meramente pornográfico, Ninfomaníaca não tem nada de deturpado, pois pênis, vaginas, peitos e transas não é novidade para ninguém, principalmente se assiste muita televisão (aberta). E sendo altamente recomendável, o volume II não é exatamente o que se espera, surpreendente não pelo que mostra expressamente, mas por aquilo que faz o público refletir; por uma pausa perturbadora na vida da personagem (final do filme).
Talvez seja hora de começar uma discussão profunda sobre a mulher, o corpo e as relações: uma discussão sem medo de pronunciar as palavras, sem o exibicionismo das telas, com a autoridade de quem sabe o que tem em si e diante do espelho. Talvez seja assim que se constroi a quebra dos preconceitos e se redefina paradigmas ignorantes.   Mais em: http://rafaelarielrodrigo.blogspot.com.br
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