Alagoas
HGE realiza duas captações seguidas de órgãos e beneficia seis pacientes
Procedimentos no Hospital Geral do Estado, em Maceió, permitiram o transplante de dois fígados e quatro rins, graças à atuação integrada das equipes e à autorização das famílias.
Duas captações de órgãos foram realizadas em sequência no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, nos dias 14 e 15 de dezembro, beneficiando seis pessoas que aguardavam na lista de transplantes. Foram coletados dois fígados e quatro rins, já encaminhados aos receptores. A ação é resultado do trabalho integrado das equipes da Central de Transplantes de Alagoas e da Organização de Procura de Órgãos (OPO).
O coordenador médico da OPO, Lucas Santana, explica que o transplante de rim é indicado principalmente para pacientes com insuficiência renal crônica em estágio terminal, quando os rins deixam de filtrar adequadamente o sangue e a pessoa depende de diálise ou apresenta sinais de perda progressiva da função renal. Já o transplante de fígado é necessário em casos de insuficiência hepática grave, seja por doenças crônicas como hepatites e cirrose, intoxicações agudas ou outras condições que levem à perda da função do órgão.
“Em ambos os casos, o paciente passa por avaliação multiprofissional — médica, laboratorial e psicológica — antes de entrar na lista de transplantes, para confirmar a indicação, avaliar riscos e definir prioridades. As listas são organizadas por critérios clínicos e tempo de espera; cada doação pode significar vidas salvas ou qualidade de vida recuperada”, complementa a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.
Com essas doações, Alagoas chegou à 51ª captação de órgãos em 2025. Todas as coletas foram realizadas por equipes qualificadas, seguindo protocolos rigorosos para constatar a morte encefálica dos doadores na maior unidade de urgência e emergência do estado. Foram feitos exames clínicos completos, comprovando ausência de respostas encefálicas: coma irreversível, ausência de reflexos do tronco cerebral e falta de respiração espontânea (testes de apneia).
“Todo o procedimento é documentado e segue normativas técnicas para assegurar a precisão do diagnóstico. A seriedade e a segurança dessa etapa são fundamentais para a credibilidade do processo de doação. Após a confirmação da morte encefálica, acionamos a Central de Transplantes, acolhemos a família e explicamos a situação com clareza e respeito, incluindo a possibilidade de doação. A doação só ocorre após autorização dos familiares”, destaca Paula Larissa da Silva, coordenadora de Enfermagem da OPO.
As captações de múltiplos órgãos exigem coordenação ágil e infraestrutura adequada: manutenção hemodinâmica do doador na UTI, exames para compatibilidade, logística para transporte e equipes cirúrgicas preparadas para retirada e envio dos órgãos. No HGE, profissionais de diferentes especialidades — intensivistas, anestesiologistas, cirurgiões, enfermeiros, técnicos e equipes externas — atuaram em conjunto para garantir a segurança, o tempo adequado de isquemia dos órgãos e o respeito ao protocolo técnico e ético.
“Trata-se de um processo que exige técnica, experiência e muito respeito à família. Cada etapa é realizada com atenção para preservar os órgãos e oferecer a melhor chance de sucesso aos receptores. Nosso compromisso é com a vida, tanto dos pacientes diagnosticados quanto dos futuros transplantados. Trabalhamos dia e noite, inclusive em fins de semana e feriados, com profissionalismo e sensibilidade”, afirma o diretor médico do HGE, Miqueias Damasceno.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), 649 pessoas aguardam transplante em Alagoas: 602 por córnea, 31 por rim e 16 por fígado. A autorização das famílias para a doação foi um grande presente de Natal para quem precisava reconquistar autonomia e qualidade de vida, além de representar conforto emocional para os familiares doadores, que compreendem que, mesmo diante do luto, há um legado de solidariedade.
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