Alagoas

Educação promove oficina de bonecas Abayomis e destaca cultura afro-brasileira na Bienal do Livro

Ana Luíza Ambrózio / Ascom Seduc 06/11/2025
Educação promove oficina de bonecas Abayomis e destaca cultura afro-brasileira na Bienal do Livro
Oficinas aconteceram no estande da Seduc - Foto: Alexandre Teixeira

Com uma programação repleta de atividades voltadas à valorização da identidade e da ancestralidade, a Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc) esteve em mais um dia na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, evento que neste ano celebra o tema “Brasil e África”. Entre as atividades que chamaram a atenção do público está a oficina de construção de bonecas Abayomis, ministrada pela professora Nadeje Fidélis de Moraes, voltada a estudantes e visitantes da feira.

 

Durante a oficina, Nadeje apresentou a história das Abayomis, feitas apenas com retalhos de tecido e nós, símbolo de força, amor materno e preservação da identidade negra. A prática é inspirada no trabalho da artesã e ativista negra Lena Martins, e faz parte de uma proposta pedagógica que busca fortalecer o reconhecimento da negritude e da diversidade cultural dentro das escolas.

 

“Essa oficina resgata o trabalho da artesã Lena Martins. Na área da educação, nós trabalhamos para que as crianças se sintam agraciadas e tenham consciência da sua cor, da sua negritude e gostem de quem são”, explica Nadeje.

 

Graduada em Pedagogia e mestra em Educação Brasileira pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Nadeje é também especialista em Psicopedagogia e Educação Pré-Escolar e possui ampla experiência nas áreas de gestão educacional, formação continuada e docência. Com um olhar sensível e educativo, a professora também compartilhou com os participantes uma narrativa simbólica sobre a origem das bonecas.

 

“Costumo contar durante as aulas e nas oficinas em que participo, a história das mães africanas que vinham nos navios negreiros. Elas rasgavam pedaços de suas roupas e, com nós, faziam bonecas para acalentar seus filhos durante a viagem. O nome Abayomi vem do iorubá e significa presente precioso, porque as mães dão a boneca com amor e carinho para as suas crianças”, completa.

 

A oficina encantou os estudantes da rede estadual, que participaram ativamente do processo de criação das bonecas. Além de aprender sobre a confecção, os jovens puderam refletir sobre temas como identidade, representatividade e valorização das raízes africanas.

 

O estande da Seduc

 

O estande da Seduc foi planejado para ser um ambiente acolhedor, com atividades que estimulam o aprendizado por meio da arte e da vivência cultural. Ali, os visitantes encontram exposições artísticas produzidas por estudantes da rede estadual, painéis de LED com poemas e vídeos, totens interativos com fones de ouvido, além de puffs, livros literários e materiais pedagógicos que convidam à imersão no universo da leitura.

 

A programação, organizada pela Gerência Especial de Recursos Didáticos (Gerd/Susecom), inclui contação de histórias, bate-papos com professores e autores, apresentações do Protocolo Antirracista e mostras de fotografias, telas e textos criados por alunos da rede. As produções expostas são resultado do 7º Encontro Estudantil da Rede Estadual, em 2024, e refletem a diversidade e o potencial criativo dos jovens alagoanos.

 

A Bienal

 

Promovida pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Editora da Ufal (Edufal) e Governo de Alagoas, a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas tem se destacado não apenas pela diversidade de autores e editoras presentes, mas também pela forte presença das escolas públicas e das secretarias estaduais, que ocupam o espaço com ações educativas, culturais e interativas.

 

A feira literária segue até o dia 9 de novembro, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Jaraguá, e tem reunido milhares de visitantes desde a abertura e se consolida como um dos principais espaços de encontro entre literatura, arte e educação do estado.