Alagoas

Livro infantil de Graciliano Ramos é adaptado para o sistema braille

'A Terra dos Meninos Pelados' ganhou edição voltada aos deficientes visuais; livro será doado para o Centro Educacional Cyro Accioly

06/11/2025
Livro infantil de Graciliano Ramos é adaptado para o sistema braille
Livro de Graciliano em braile - Foto: Jônatas Medeiros

Um menino careca, com um olho de cada cor e que sofre preconceito. Essa é a história de Raimundo, em A Terra dos Meninos Pelados, livro infantil de Graciliano Ramos, um dos nomes mais importantes da literatura brasileira. Na história, a jornada do protagonista muda quando ele descobre Tatipirun, um mundo mágico habitado por crianças iguais a ele. Foi assim, pensando em pessoas que lidam com o mundo de outra maneira, que o título foi lançado no sistema braille, na noite desta segunda-feira (3), na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, no estande da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

Neste lugar, onde a diversidade é valorizada e as pessoas podem ser o que elas são, o livro em ganhou vida. O texto é exatamente o mesmo, sem alterações - a capa com as ilustrações é assinada por Cauê Oliveira. Uma tradução apropriada para pessoas deficientes visuais. A obra é a primeira feita em sistema braille pela Imprensa Oficial. A escolha se deu por conta do lançamento da coleção de sete livros do Mestre Graça - sendo quatro voltados ao público adulto e três destinados ao público infanto-juvenil.

Por ter um custo de produção mais elevado do que os livros em linguagem corriqueira, foram produzidas, inicialmente, poucas cópias, que serão doadas para o Centro Educacional Cyro Accioly, espaço referência no atendimento a deficientes visuais em Alagoas.

“O custo de produção de um livro em braille, ele é super alto, porque é um livro que precisa de uma impressão e um papel diferenciados. Então, por ter esse custo mais alto, a gente está estudando a melhor forma de, a partir desse, produzir mais para mais lugares”, explicou a coordenadora editorial da Imprensa Oficial, Clarice Maia.

“A gente escolheu assim, bem especificamente esse livro, porque a história é de uma criança que sofre preconceito das outras pessoas, das outras crianças. E aí, ela meio que cria um mundo onde todas as pessoas são assim, diferentes, com um olho de cada cor, sem cabelo e elas podem ser do jeito que elas são e serem felizes mesmo assim. Então, essa é uma história que serve para criança, serve para jovem, serve para adulto”, ressaltou Maia, que disse em seguida que a Imprensa Oficial estuda lançar outros títulos no sistema.

A coordenadora editorial salientou o aprendizado resultante da produção do título em braille. “Com esse livro, a gente está tendo um aprendizado que é olhar com mais atenção para pessoas que querem ler livros, mas tem algum tipo de limitação. Então, por exemplo, esse é feito em braille para pessoas cegas, mas existem pessoas que têm baixa visão, por exemplo, e precisam de livros mais confortáveis com letras maiores, livros diferenciados. Tem livros que podem ser gravados para audiobooks, para as pessoas conhecerem. Então, a gente está entendendo que é tempo de ampliar a nossa produção”, frisou.

Sobre a Bienal

A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.

Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.

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