Alagoas
Agricultura de baixo carbono se transforma em realidade no campo alagoano
Cuidar da terra é também cuidar do futuro. Em Messias, na Zona da Mata alagoana, a agricultora Maria José Cavalcante, do Assentamento Flor do Bosque, vem cultivando há 17 anos um exemplo inspirador de produção sustentável. Em 7,5 hectares, ela implementou um Sistema Agroflorestal (SAF) que alia produtividade à preservação dos recursos naturais, promovendo uma verdadeira transformação no solo e na paisagem da região.
“Temos uma propriedade diversificada. Cultivamos árvores frutíferas, espécies nativas, medicinais e exóticas, além de uma cultura de café que nasceu de uma única muda da Zona da Mata e hoje ocupa três hectares”, relata Maria José com orgulho.
A história de Maria José é acompanhada de perto pelos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri), por meio do Plano ABC+ Alagoas – uma estratégia estadual voltada à promoção da agricultura de baixo carbono, com base nas diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O objetivo é incentivar práticas agropecuárias que reduzam a emissão de gases de efeito estufa (GEE), aumentem a produtividade e contribuam para o equilíbrio climático.
“A agricultura de baixo carbono é o caminho para uma produção que respeita o meio ambiente. Com o Plano ABC+, Alagoas mostra que é possível conciliar produtividade e preservação dos recursos naturais”, destaca o Superintendente de Desenvolvimento Agropecuário, Ugo Araújo Souza.
Equilíbrio entre natureza e produção
A área onde hoje floresce a agrofloresta era um terreno limpo e que por muitos anos produzia apenas cana-de-açúcar. Com dedicação e práticas sustentáveis, toda a extensão está agora plantada. O sistema adotado por Maria José permite o cultivo conjunto de árvores, lavouras e pastagens, o que gera inúmeros benefícios ambientais.
“O Sistema Agroflorestal só traz benefícios: equilibra o meio ambiente, ajuda na produção de água, recupera o solo e gera alimentos para humanos e animais”, afirma a produtora.
Além da diversidade produtiva, ela mantém um viveiro com produção anual de mais de mil mudas, entre espécies ornamentais, nativas e Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), que são comercializadas localmente. O adubo usado é resultado da compostagem natural de folhas e galhos – um bioinsumo orgânico e de alta qualidade, feito na propriedade.
No terreno de Maria José, o impacto positivo pode ser mensurado. Por ano, ela consegue reduzir em 500 toneladas a emissão de gases do efeito estufa. Além disso, o solo foi restabelecido, as nascentes recuperadas e a biodiversidade ampliada.
Metas concretas para um futuro sustentável
. Plano ABC+ Alagoas estabelece metas ambiciosas para expandir as práticas sustentáveis em todo o estado, com destaque para:
• Recuperação de 10 mil hectares de pastagens degradadas;
• Plantio Direto em 5.450 hectares;
• Implementação de 3.700 hectares com ILPF e SAF;
• Ampliação de 15 mil hectares com florestas plantadas;
• Uso de bioinsumos em 10 mil hectares;
•.Expansão de 1.000 hectares de sistemas irrigados.
Com essas ações, o Governo de Alagoas reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, garantindo segurança hídrica, fertilidade do solo, sequestro de carbono e maior resiliência climática.
Maria José Cavalcante é um retrato fiel do que representa a agricultura de baixo carbono: uma prática que respeita os ciclos da natureza, transforma a realidade local e constrói um futuro mais verde.
“Eu acredito que se o agricultor tiver um viveiro, conseguir ter suas mudas, vai conseguir ter autonomia. O que fiz aqui pode ser feito em muitas outras terras. Basta acreditar que é possível produzir com respeito à natureza”, conclui Maria José.
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