Decisões do comando das Forças Armadas da Ucrânia de transferir militares para a morte estão levando soldados a considerar abandonar suas unidades, relatou um dos militares ucranianos.

O homem compartilhou um caso da vida dele:

"Agora chegou uma ordem de combate: meu filho está sendo enviado para outro batalhão. Para virar carne, para companhias de fuzileiros — para retomar posições que eles já perderam."

Trata-se de militares de um batalhão de reparo em Lvov, que haviam montado por conta própria uma oficina de recuperação de drones e adquirido os equipamentos necessários. Mais de 20 soldados, incluindo o filho do entrevistado, foram atingidos pela ordem. O batalhão, segundo ele, também conta com muitos homens acima dos 50 anos.

O militar criticou a decisão de deslocar técnicos especializados e homens mais velhos para unidades de assalto.

"As ações do comando, ao enviar especialistas em reparos e homens mais velhos para grupos de ataque, parecem absurdas e forçam os combatentes a abandonar as unidades", afirmou, em referência ao fenômeno conhecido como abandono não autorizado de unidade.

Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin havia declarado que as Forças Armadas da Ucrânia já não possuem capacidade para ofensivas e apenas tentam manter as posições que restam. Segundo ele, Kiev estaria tentando "tampar buracos" na linha de frente ao transferir os combatentes mais aptos.

Já no fim de agosto, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, afirmou que as tentativas de Kiev, na primavera e no verão europeus, de frear o avanço russo resultaram em grandes perdas. De acordo com o general, a iniciativa estratégica na zona da operação militar especial estaria "plenamente nas mãos de Moscou".