Mauro e Aline não vão recepcionar convidados com bolo e champanhe, mas esperam receber muita gente a partir de hoje no Raízes Gastrobar (Estrada dos Três Rios 470, Freguesia) para provar uma receita que sela a união dos dois. Em busca do sonho de abrir o estabelecimento na Zona Oeste do Rio, eles gastaram o que tinham e o que não tinham, e precisaram adiar o casamento. Já participar do Comida di Buteco era projeto inegociável! Daí nasceu o “Não-casado’’, petisco com que eles participam do concurso que agita a vida boêmia de um bocado de cidades do país até o dia 5 de maio, com concorrentes servindo suas delícias ao preço de R$ 35.

— Se o tradicional num casamento é ter bem-casado doce e nós não nos casamos, bolamos essa versão salgada do não casado para representar a nossa história. A massa é à base de batata empanada, e o recheio leva maionese de pernil e bacon — detalha Aline, que serve o quitute aos clientes sobre um tabuleiro de jogo contando a trajetória do casal até aqui.

Em terras cariocas, o evento ganhou tanta relevância, que nesta 17ª edição vai eleger pela primeira vez campeões de três diferentes circuitos: um no Rio, um na Baixada e um em Niterói. Agora, os participantes puderam elaborar suas criações sem qualquer limitação, já que o tema é livre.

De Brás de Pina, a equipe do Gastrô Bar da Família não esconde a emoção de participar da competição e faz jus ao nome. No cardápio, as receitas que carregam uma herança trazida do aconchego da cozinha da avó são passadas de geração a geração.

— A gente quer mostrar que nossa região também é referência de coisa boa. É possível comer algo gostoso e diferente no bairro, sim. Para o Comida di Buteco, bolamos o Frango do Baile, espeto com cubos de frango empanados, bacon, queijo muçarela e acompanhado de molho picante de manga’’, resume a orgulhosa Carol, ressaltando que a chef do bar é a sobrinha Izabela e o nome do local foi escolhido pela filha.

Opção é o que não falta e há variedade para todo tipo de freguês: são 143 empreendimentos participando, 47 deles pela primeira vez.

De Inhaúma, Vando e Michele ouviram mais de uma vez que iam falir rapidinho insistindo em abrir o Barão Chopp e Petiscos no bairro. Ansiosos e realizados, apresentam aos que acreditaram e aos que duvidaram o Baronesa: são bolinhos de abóbora recheados com costela suína defumada, queijo gorgonzola e muçarela.

— Estamos aqui mostrando que é possível, sim. E convidamos gente de todos os cantos a visitarem nosso bar — avisa Vando.

Campeão da disputa no ano passado, o Boteco do Teixeira (Rua General Venâncio Flores 594, Jd. 25 de agosto, Duque de Caxias) tenta o bicampeonato com a Joia do Teixeira. São três casquinhas de massa fina crocante, recheadas com punheta de bacalhau, salteadas com flocos de bacon e finalizadas com alho dourado e azeite.

Como funciona:

Vá aos bares que quer visitar, peça o petisco inscrito e também a cédula de votação. Preencha todos os campos, dê suas notas e deposite na urna. Além do público, jurados avaliam as criações.

Sucesso nacional:

O Comida di Buteco nasceu em Belo Horizonte (MG), em 2000, e se espalhou por várias cidades. Além do prato, atendimento e higiene dos bares são considerados na avaliação. Desde 2016, a competição acontece em duas etapas: a primeira é regional, com público e jurados da própria localidade. Depois, os vencedores de cada circuito são avaliados por um outro grupo de jurados, que define qual é o melhor boteco do Brasil.

Veja a lista completa dos bares participantes em www.comidadibuteco.com.br