RJ em Foco
Polícia investiga possível rede de aliciamento em caso de youtuber norte-americano suspeito de exploração sexual infantil no Rio
Floyd L. Wallace Jr. foi preso por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) em São Paulo, nesta segunda-feira, tentando fugir do país
Investigado por estupro de vulnerável e favorecimento à exploração sexual infantil, o youtuber norte-americano Floyd L. Wallace Jr., de 30 anos, é alvo de uma apuração da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). A polícia busca esclarecer como ele teria conseguido se aproximar e aliciar adolescentes no Rio de Janeiro, apesar de não falar português e de não possuir vínculos aparentes com as comunidades onde as vítimas viviam.
Wallace foi preso nesta segunda-feira, em São Paulo, quando tentava fugir do país. Ele é acusado de crimes sexuais contra menores. Com o suspeito, a polícia apreendeu celulares, notebook, cartões de memória, pen-drives, um relógio com câmera escondida e vários bichos de pelúcia.
As investigações começaram após um relatório técnico do Ministério da Justiça alertar para "a possível prática de exploração sexual de menores por um cidadão norte-americano na capital fluminense". O documento teve início a partir de um report da Uber Investigações Globais, elaborado após denúncia de um motorista do aplicativo que suspeitou do comportamento do investigado.
Segundo o relato, em 8 de dezembro, o usuário identificado como “Terry William” solicitou uma corrida com embarque na Rua Lino Teixeira, no Jacaré, Zona Norte do Rio. Ao chegar, o motorista percebeu que as passageiras eram duas menores de idade. Durante o trajeto, ao conversar com elas, o condutor desconfiou da situação ao ouvir que as meninas iriam encontrar um homem mais velho, “de pele escura”, que “não falava português”.
De acordo com a Polícia Civil, relatos iniciais indicam que o contato com as menores ocorreu no Complexo do Jacaré, levantando suspeitas sobre a existência de intermediários ou de uma estrutura informal de aliciamento — hipótese ainda sob investigação.
“Essa linha de investigação existe. Nós só não temos ainda informações que confirmem uma organização criminosa nesse sentido. Mas não está descartado”, afirmou o delegado Cristiano Maia, responsável pelo caso.
Segundo ele, a apuração é recente, mas já apresenta avanços significativos. “Essa investigação tem menos de uma semana e já avançamos muito. As diligências estão em andamento”, disse.
Turismo sexual sob apuração
A polícia também investiga se Wallace aproveitava práticas relacionadas ao turismo sexual, fenômeno conhecido, porém raramente documentado, especialmente quando envolve menores. O caráter velado desses crimes dificulta a identificação de redes e a produção de provas.
Até o momento, não há confirmação de que o youtuber contasse com uma organização criminosa formal para facilitar o acesso às vítimas, mas a polícia trabalha com a hipótese de apoio local, direto ou indireto, para superar barreiras como idioma e desconhecimento do território.
A Polícia Civil segue colhendo depoimentos, analisando os materiais apreendidos e cruzando informações para compreender a dinâmica dos encontros, o caminho até as vítimas e se outras pessoas participaram do esquema.
O caso corre sob sigilo parcial para não comprometer as investigações nem expor as vítimas.
Mais lidas
-
1TECNOLOGIA MILITAR
Revista americana destaca caças russos de 4ª geração com empuxo vetorado
-
2CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
3TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico
-
4DIREITOS TRABALHISTAS
Segunda parcela do décimo terceiro será antecipada: veja quando cai o pagamento
-
5CIÊNCIA E TERRA
Núcleo interno da Terra pode ter estrutura em camadas semelhante à de uma cebola, aponta estudo