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Vazamento de esgoto causa transtornos em Botafogo e afeta funcionamento do Hospital Casa

Problema teve início após obra de remanejamento de tubulações realizada pela Cedae, segundo relatos de moradores

Agência O Globo - 27/11/2025
Vazamento de esgoto causa transtornos em Botafogo e afeta funcionamento do Hospital Casa
- Foto: Ilustração de IA

Um vazamento de esgoto em frente ao Hospital Casa, na Rua Barão de Lucena, em Botafogo, Zona Sul do Rio, tem provocado transtornos há semanas e impactado pacientes, funcionários da unidade de saúde e moradores da região. Segundo relatos, o problema começou após a Cedae iniciar uma obra de remanejamento de duas tubulações sob o terreno da Fundação Casa Rui Barbosa.

A situação se agravou após a escavação de um poço em frente ao hospital. "A situação é caótica. A Cedae começou a cavar um poço na frente da unidade. Aplicaram nata de cimento para fazer as contenções e acabaram danificando toda a rede de esgoto. Estamos desesperados", relata Fernando Fonseca, diretor de obra e manutenção da Rede Casa.

Imagens feitas no local mostram ao menos uma boca de lobo obstruída por cimento fresco. A estrutura, fundamental para o sistema de drenagem urbana, deveria coletar e direcionar a água para a rede pluvial, mas encontra-se bloqueada.

A água suja, misturada a esgoto in natura, ocupa a via em diferentes momentos do dia, dificulta a passagem de pedestres e chega a invadir prédios vizinhos. Funcionários do hospital relatam que o problema se intensificou após as intervenções da Cedae.

Em nota, a Cedae informou que a intervenção prevê a perfuração de três poços subterrâneos para acesso de máquinas nas esquinas das ruas Assunção e Theodor Herzl; Theodor Herzl e Barão de Lucena; e Barão de Lucena e São Clemente. A concessionária afirmou ainda que todos os trechos serão fechados após a conclusão do serviço, prevista para 2026, e que outras empresas de infraestrutura também atuam na região.

Moradora da rua há 25 anos e síndica do condomínio vizinho ao hospital, Selma Almeida conta que o esgoto chega a entrar no prédio em alguns dias, tornando o convívio com o problema parte da rotina dos moradores. "Hoje é difícil entrar e sair do prédio. Temos que nos arriscar para passar sem pisar no esgoto. Mas, ao andar pela calçada, precisamos driblar um carro que passe mais rápido para a água não bater na gente", relata.

Segundo Selma, um dos pontos de invasão do esgoto era uma parede colada ao Hospital Casa. Após diversas reclamações à Cedae sem retorno efetivo, os próprios moradores instalaram um dreno para evitar que a garagem fosse tomada pelo esgoto. O sistema foi feito em setembro, mas, mesmo assim, os moradores continuam enfrentando mau cheiro, aumento de mosquitos e até a presença de vermes.

O problema também alterou a rotina de quem reside no fim da rua. Mateus Batista, morador local, explica: "Moro mais próximo da Rua Ministro Raul Fernandes. Se eu viesse da São Clemente a pé, entraria na minha rua e pronto. Mas, com esse esgoto, prefiro dar a volta pela Rua Assunção ou entrar pela Eduardo Guinle. Ando mais, mas evito o esgoto. Tem dias que a rua vira uma piscina", afirma.