A Fundição Progresso, na Lapa, será palco neste sábado da I Cúpula das Vozes Quilombolas pelo Clima, encontro que reúne lideranças quilombolas, representantes do poder público e organizações da sociedade civil para debater justiça climática, proteção territorial e preservação ambiental. A iniciativa é promovida pela Koinonia Presença Ecumênica e Serviço, em parceria com a Acquilerj – Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Estado do Rio de Janeiro, e ocorre em paralelo à COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

O evento contará com cerca de 16 lideranças quilombolas, além de autoridades e gestores de órgãos ambientais. Entre os nomes confirmados estão Lucas Faulhaber, representante da Frente Parlamentar pela Justiça Climática da Alerj; Renan Prestes, diretor adjunto do INEA; Filipe Lopes, assessor-chefe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC); Viviane Lasmar Pacheco, chefe do Parque Nacional da Tijuca; Irlaine Alvarenga, da Secretaria de Estado do Ambiente; Thays Rodrigues, do ITERJ; e Eliel Moura, da Fundação Cultural Palmares, além de integrantes da Defensoria Pública e do Ministério Público.

A cúpula busca reforçar o papel dos territórios quilombolas na conservação da Mata Atlântica e na proteção das florestas e das águas — áreas diretamente impactadas pela crise climática. De acordo com o Censo 2022, o Brasil abriga 1,33 milhão de quilombolas distribuídos em 1.700 municípios. No Rio de Janeiro, são 54 comunidades, mas apenas três possuem titulação formal.

Dados do MapBiomas revelam que, entre 1985 e 2022, os territórios quilombolas perderam 4,7% da vegetação nativa, enquanto áreas privadas registraram uma perda de 25% no mesmo período.

“Não é preciso estar em Belém para fortalecer as vozes quilombolas e de terreiros. Estaremos no Rio para cobrar ações concretas dos governos estaduais e municipais, responsáveis por implementar os compromissos assumidos pelo Brasil na COP30”, afirma Ana Gualberto, diretora-executiva de Koinonia.

Bia Nunes, presidenta da Acquilerj, reforça a importância da garantia territorial para o debate climático: “Somos 54 comunidades no estado do Rio, mas muita gente ainda não sabe que existimos. As cidades dependem das águas e florestas que protegemos. Não há soluções climáticas sem titular os territórios quilombolas”.

Durante a cúpula, será lançado o Fórum Itinerante “Cuidar da Terra é Cuidar da Gente: A Luta Quilombola pela Mata Atlântica”, iniciativa da Acquilerj que conecta saberes ancestrais à agenda ambiental contemporânea. A programação inclui mesas de debate e uma celebração cultural ao final do dia.

Como participar

Data: sábado, 15 de novembro

Horário: 9h às 17h

Local: Fundição Progresso — Rua dos Arcos, 24, Lapa

Entrada: gratuita

Inscrições: (consulte o site dos organizadores para mais informações)

Programação: mesas de debate e celebração cultural