Política
PP avalia romper com Tarcísio e lançar candidatura própria ao governo de SP
Descontentamento de prefeitos e busca por alinhamento nacional impulsionam possível saída do Progressistas da base de Tarcísio de Freitas em São Paulo.
O Progressistas (PP) estuda deixar a base de apoio à reeleição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e lançar candidatura própria ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2026. Segundo nota divulgada pelo partido, a discussão é motivada pelo “crescente descontentamento” de prefeitos da legenda e por uma percepção de distanciamento do atual governo estadual em relação ao partido.
Entre os nomes cotados para encabeçar uma candidatura independente está o empresário Filipe Sabará, ex-secretário estadual na gestão João Dória e aliado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à Presidência da República. Sabará tem atuado para aproximar o filho mais velho de Jair Bolsonaro do empresariado paulista, em articulação para fortalecer a candidatura presidencial do senador.
Sabará teve sua candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024 indeferida após a renúncia de sua vice na chapa, Marina Helena (Novo), que decidiu concorrer de forma independente. O nome do deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro e pré-candidato ao Senado, também é citado no comunicado do PP como opção para a disputa estadual.
A insatisfação das lideranças municipais do Progressistas com Tarcísio é considerada generalizada e foi confirmada por interlocutores do governador ao Broadcast Político. Não são raros os eventos no Palácio dos Bandeirantes em que Tarcísio reúne prefeitos e busca contato direto, numa tentativa de reaproximação interpretada como esforço para manter o apoio da base.
Atualmente, o PP conta com 54 prefeitos em São Paulo. Conforme a nota, há “queixas recorrentes sobre a falta de atenção a parlamentares, dificuldades de comunicação e uma percepção de distanciamento entre integrantes do atual governo estadual e a direção partidária do Progressistas”, tanto no âmbito nacional quanto estadual.
No cenário nacional, a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência levou o PP a repensar sua estratégia em São Paulo. Internamente, o partido avalia que ter um governador alinhado ao projeto presidencial facilitaria a formação e sustentação das chapas para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa, em um dos principais colégios eleitorais do país.
O Progressistas também considera insuficiente o apoio público e efetivo de Tarcísio ao projeto majoritário da legenda, que trabalha pela pré-candidatura do ex-secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite ao Senado. O comunicado destaca que Derrite conta com forte respaldo da família Bolsonaro, fator relevante nas articulações para 2026.
Derrite deixou a Secretaria de Segurança Pública em novembro para reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados, onde passou a relatar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública e a se dedicar à construção de sua candidatura ao Senado. Ele iniciou sua carreira política no PP, entre 2018 e 2022, antes de migrar para o PL, retornando ao Progressistas este ano em preparação para as articulações eleitorais de 2026.
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