Política

Comissão aprova prioridade da Lei Maria da Penha em casos de violência doméstica

Proposta reforça que a Lei Maria da Penha deve ser aplicada a todas as vítimas do gênero feminino, independentemente da idade, em situações de violência doméstica.

19/12/2025
Comissão aprova prioridade da Lei Maria da Penha em casos de violência doméstica
Comissão da Câmara aprova projeto que prioriza Lei Maria da Penha para mulheres de todas as idades. - Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1299/25, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), que determina a priorização da Lei Maria da Penha nos casos de violência doméstica envolvendo vítimas do gênero feminino, inclusive se forem crianças, adolescentes ou idosas.

O objetivo do projeto é garantir que, em situações de conflito com outras legislações de proteção, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ou o Estatuto da Pessoa Idosa, a Lei Maria da Penha seja aplicada sempre que a vítima for do gênero feminino, independentemente da idade.

O texto tramita em caráter conclusivo e seguirá para análise do Senado, caso não haja recurso para votação em Plenário. Para se tornar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Decisão do STJ

A justificativa do projeto baseia-se em decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reconheceu que a "condição de gênero feminino é suficiente para atrair a aplicabilidade da Lei Maria da Penha em casos de violência doméstica e familiar, prevalecendo sobre a questão etária".

O relator na CCJ, deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), defendeu que transformar em lei essa jurisprudência do STJ evitará discussões processuais desnecessárias. "São discussões demoradas que, por vezes, podem retardar o trâmite processual, postergando a entrega da prestação jurisdicional urgente e enfraquecendo a proteção legal conferida às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar", afirmou.

Segundo Ayres, a medida proposta busca impedir que entraves processuais comprometam a intenção do legislador de garantir proteção prioritária à mulher, seja ela criança, adolescente, adulta ou idosa, contra qualquer tipo de violência doméstica e familiar, incluindo a violência sexual.