Política

Câmara contraria STF e mantém mandato de Carla Zambelli

Deputados rejeitam cassação determinada pelo Supremo em votação com quórum baixo e sessão virtual.

11/12/2025
Câmara contraria STF e mantém mandato de Carla Zambelli
Câmara contraria STF e mantém mandato de Carla Zambelli - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, na madrugada desta quinta-feira (11), a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli, condenada em duas ações penais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão vai de encontro à determinação da Corte, que havia solicitado à Mesa Diretora da Câmara a declaração da perda do mandato da parlamentar bolsonarista.

A decisão do plenário também contrariou o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que, mais cedo, aprovou a cassação por 32 votos a 2.

Para cassar o mandato de Zambelli, seriam necessários 257 votos favoráveis, mas apenas 227 deputados votaram a favor, enquanto 170 foram contrários. O quórum foi considerado baixo: dos 513 parlamentares, 408 registraram seus votos.

A votação ocorreu em sessão virtual e com o plenário esvaziado. Após o anúncio do resultado, parlamentares da oposição cantaram parabéns para o filho da deputada, que acompanhava a sessão.

Logo após a votação, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), anunciou que irá ingressar com um mandado de segurança no STF para questionar a decisão da Casa. “Por que, como não cassa? Se tem uma decisão judicial para cassar. Não era para ter ido para o plenário. Nós votamos no meio da madrugada. Estou entrando com um mandado de segurança para que o Supremo decida que o presidente da Câmara tem que obedecer à decisão judicial”, declarou a jornalistas.

Lindbergh ainda criticou a condução do caso pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmando que, se ele tivesse seguido a decisão judicial, “não teria criado essa confusão”. Segundo o líder petista, Motta agiu de forma equivocada e “acabou criando um problema para si próprio”. “É inconcebível que exista uma bancada de foragidos aqui no Parlamento”, enfatizou.