Política

PEC que amplia acúmulo de cargos para professores é aprovada no Senado

Proposta permite que docentes possam exercer outro cargo remunerado, de qualquer natureza, além da sala de aula.

10/12/2025
PEC que amplia acúmulo de cargos para professores é aprovada no Senado
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

O Senado aprovou, por unanimidade, nesta quarta-feira (10), em primeiro e segundo turno, a proposta de emenda à Constituição que permite ao professor acumular um cargo remunerado com outro, de qualquer natureza. A PEC 169/2019 agora segue para promulgação.

Atualmente, a Constituição já autoriza o acúmulo de dois cargos de professor do ensino público ou um cargo de professor com outro de técnico ou científico. No entanto, segundo o relator, senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), "falta clareza" na redação vigente. Ele manteve o texto apresentado pelo autor, deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM).

— Seria muito bom se a remuneração fosse suficiente para a dedicação exclusiva, mas, infelizmente, não é. Todo mundo conhece a situação do professor brasileiro. Vamos dar a oportunidade de o professor trabalhar em outros cargos, desde que haja compatibilidade de horários — afirmou o relator.

O senador Cid Gomes (PSB-CE) destacou que a proposta permitirá aos professores acumular também um cargo administrativo além de dois de professor, mas ponderou que o ideal seria não haver necessidade disso. Ele afirmou: “O ideal é que não fosse necessário.”

Weverton Rocha (PDT-MA) reforçou que seria melhor que o professor tivesse um salário digno e não precisasse acumular funções, mas, diante da realidade, manifestou apoio à proposta como forma de beneficiar esses profissionais.

— Como não temos essa condição, voto, sim, para que possa ter essa possibilidade de buscar um segundo emprego e complementar sua renda — declarou.

Votação célere

De acordo com as regras regimentais, uma PEC deve passar por cinco sessões de discussão em primeiro turno e por três sessões de discussão em segundo turno. A sessão desta quarta seria a segunda de discussão em primeiro turno, mas senadores aprovaram requerimento de calendário especial, o que permitiu uma votação mais rápida.