Política
Glauber Braga questiona Hugo Motta após ser retirado à força da presidência da Câmara
Deputado do PSOL critica ação da Polícia Legislativa e acusa presidente da Câmara de tratamento desigual em relação a opositores.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP) criticou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após ser retirado à força da cadeira da Presidência pela Polícia Legislativa, no plenário da Casa. Glauber afirmou que irá realizar exame de corpo de delito devido à truculência da abordagem.
“Precisa atacar as deputadas? Precisava de uma ação violenta e forçada? O senhor que sempre quis demonstrar, como se fosse um ponto de equilíbrio entre forças diferentes, isso é uma mentira”, declarou Glauber em entrevista coletiva após o episódio.
O parlamentar também questionou Motta por não adotar a mesma postura quando deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa Diretora, em agosto, como estratégia para pressionar a votação da anistia. Segundo Glauber, naquela ocasião, não foi cogitada a retirada forçada dos oposicionistas.
“A única coisa que pedi ao presidente Hugo Motta foi que ele tivesse 1% do tratamento comigo que teve com aqueles que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara por 48 horas, em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país”, afirmou o deputado.
Glauber também se solidarizou com a imprensa, que foi retirada do plenário antes da ação da Polícia Legislativa. Segundo ele, a TV Câmara teve o sinal desligado e os jornalistas foram impedidos de acompanhar os acontecimentos, caracterizando censura.
O deputado explicou que ocupou a cadeira da presidência para “demonstrar que não pode se render”. Mais cedo, Motta anunciou que levará ao plenário, nos próximos dias, o pedido de cassação de Glauber por quebra de decoro, em razão de episódio envolvendo um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) em abril de 2024. Glauber nega motivos para perder o mandato e se tornar inelegível por oito anos.
“A minha presença hoje, terça-feira (09), na Mesa Diretora da Câmara, foi exatamente para demonstrar que a gente não pode se render. Me acusam de ter defendido a honra da minha mãe? De ter denunciado o orçamento secreto? De ter batido de frente com o todo-poderoso Arthur Lira?”, questionou.
O protesto de Glauber também foi motivado pela inclusão do projeto que reduz penas dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, previsto para votação nesta terça. Para ele, há uma “ofensiva golpista” para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, reduzindo sua pena para dois anos de prisão. Glauber declarou que continuará lutando contra o que chama de “pacote golpista” e que suas ações não se encerram nesta terça-feira.
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