Os líderes do PT e do PL divergiram nesta terça-feira (data a ser inserida), após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir pautar para votação o projeto que prevê a redução de penas aos condenados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.

O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), classificou como surpreendente e inaceitável a decisão de Motta. “É inaceitável que o Parlamento queira reduzir a pena de Bolsonaro. Estamos fazendo uma lei específica para privilegiar o Bolsonaro. E mais: tivemos o anúncio de Flávio Bolsonaro como candidato e, no domingo, ele admitiu desistir a um preço. E esse preço começa a ser pago”, criticou o parlamentar.

Segundo Farias, o texto é inconstitucional e a base do governo lutará contra a proposta. Ele ressaltou que, mesmo que a medida seja aprovada na Câmara, ainda precisará passar pelo Senado, poderá ser vetada pelo presidente da República e, por fim, será analisada pelo Supremo Tribunal Federal.

Anistia
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o partido não abrirá mão da anistia e orientará a bancada a votar favoravelmente ao projeto. Segundo ele, um acordo – que contou com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro – foi articulado para iniciar o processo de anistia aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Cavalcante declarou ainda que o partido não apresentará destaques ao texto.

“Não vamos abrir mão, em circunstância nenhuma, de, no próximo ano, continuar nossa luta pela anistia de todos os presos políticos nesse julgamento infundado, sem mérito, sem pertinência nenhuma. Hoje, esta Casa dará a primeira resposta para fazer justiça a tanta gente que aguarda”, afirmou o líder do PL.