Política

PSOL demonstra cautela diante de possível federação com PT e avança diálogo com Rede

Dirigentes do PSOL avaliam com reservas a proposta de federação com o PT e priorizam a manutenção da aliança com a Rede Sustentabilidade para 2025.

06/12/2025
PSOL demonstra cautela diante de possível federação com PT e avança diálogo com Rede
PSOL demonstra cautela diante de possível federação com PT e avança diálogo com Rede - Foto: Bancada:senador Fabiano Contarato (PT-ES); senador Giordano (MDB-SP); deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP); senador Eduardo Braga (MDB-AM);senador Renan Calheiros (MDB-AL); senador Fernando Farias (MDB-AL).

Integrantes do PSOL ouvidos pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, demonstram receio diante da possibilidade de formação de uma federação com o PT a partir do próximo ano. Segundo apuração, a cúpula do partido não considera a negociação como prioridade no momento.

Pelo contrário, fontes consultadas pela reportagem afirmam que o PSOL mantém conversas avançadas para preservar a federação já existente com a Rede Sustentabilidade.

O principal temor de lideranças do PSOL é que uma federação com o PT possa restringir a autonomia programática da legenda e transformar o partido em uma linha auxiliar dos petistas.

O Broadcast Político confirmou com fontes do PT que houve, de fato, um convite ao PSOL para discutir uma federação a partir do próximo ano. A proposta foi apresentada recentemente como forma de iniciar o debate sobre o tema.

A iniciativa faz parte da estratégia do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de buscar o maior grau de unidade possível entre as siglas de esquerda e centro-esquerda com relevância nacional. Nos últimos meses, o PT tem promovido reuniões com as direções de PCdoB, PV, PDT, PSOL, PSB, Cidadania e Rede, visando uma frente ampla para 2026.

O PSOL tem origem em uma dissidência do PT: parlamentares expulsos do partido por votarem contra a reforma da Previdência no primeiro governo Lula fundaram a nova legenda. Desde então, o PSOL se posicionou como oposição à esquerda durante os mandatos petistas, enquanto PSDB e DEM lideravam a oposição à direita.

A reaproximação entre PSOL e PT ganhou força durante o processo de impeachment e a eleição de Jair Bolsonaro. Essa relação se consolidou no terceiro mandato de Lula, com o PSOL indicando Sônia Guajajara para o Ministério dos Povos Indígenas e, posteriormente, Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral.