Política

CCJ da Alerj avalia decisão que determinou prisão de Rodrigo Bacellar nesta sexta-feira

Presidente da Assembleia Legislativa do Rio é acusado de vazar informações da Operação Zargun e manter vínculos com o Comando Vermelho.

05/12/2025
CCJ da Alerj avalia decisão que determinou prisão de Rodrigo Bacellar nesta sexta-feira
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) - Foto: Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) analisa, na tarde desta sexta-feira, 5, a decisão que levou à prisão de Rodrigo Bacellar (União Brasil), presidente da Casa. A sessão extraordinária, marcada para as 15h, foi convocada por Guilherme Delaroli (PL), presidente em exercício, e publicada em edição extra do Diário Oficial do Legislativo na quinta-feira, 4.

Bacellar foi preso na última quarta-feira, 3, sob suspeita de vazar informações da Operação Zargun, deflagrada em setembro e que resultou na prisão do então parlamentar TH Joias. A reportagem do Estadão tenta contato com a defesa de Bacellar.

No dia da prisão, a Polícia Federal encontrou R$ 90 mil em dinheiro vivo no carro do deputado. As investigações indicam que Bacellar buscava manter vínculos com o Comando Vermelho, visando conquistar "milhões de votos" em áreas controladas pela facção.

A PF cumpriu um mandado de prisão preventiva, oito de busca e apreensão e um de intimação para medidas cautelares diversas da prisão, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

TH Joias foi preso em 3 de setembro por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro na mesma operação. Ele é acusado de negociar armas, fuzis e equipamentos antidrones para o Comando Vermelho, além de usar o mandato para favorecer a facção.

Segundo o ministro do STF Alexandre de Moraes, Bacellar teria tido conhecimento prévio da Operação Zargun e orientado TH Joias a retirar possíveis provas do imóvel que seriam alvo de apreensão.

A PF também destacou que TH Joias enviou fotos das câmeras internas de segurança mostrando os agentes federais dentro da residência durante a operação. As imagens foram encaminhadas diretamente a Bacellar às 6h03 da manhã. Para Moraes, isso comprova que o presidente da Alerj tinha ciência antecipada da ação e acompanhava a operação em tempo real, em contato direto com o investigado.

O ministro Alexandre de Moraes classificou o caso como crime permanente vinculado à organização criminosa, o que possibilita a prisão de parlamentar mesmo com imunidade. Moraes acolheu integralmente os argumentos da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que medidas alternativas seriam insuficientes e que a prisão preventiva é necessária para garantir a ordem pública, preservar a instrução criminal e evitar a continuidade dos crimes.