O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira, 3, que não compreende a polêmica envolvendo a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).

A controvérsia ultrapassou a disputa por votos e colocou em xeque a relação entre o governo federal e o Senado. Na terça-feira, 2, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), adiou a sabatina de Messias, que estava marcada para o dia 10 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

"Veja, sinceramente, eu não entendo o porquê da polêmica. Não é o primeiro que eu indico, eu já indiquei oito. Eu simplesmente escolho uma pessoa e mando para o Senado, e o Senado então faz o julgamento para saber se a pessoa está qualificada ou não. Eu não sei por que foi transformado em um problema político dessa monta. Espero que seja resolvido", declarou Lula em entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo no Ceará.

Alcolumbre justificou o adiamento alegando que o Palácio do Planalto não enviou a mensagem formalizando a indicação de Messias, etapa burocrática considerada indispensável.

"Essa omissão (no envio da mensagem), de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes", afirmou o presidente do Senado em nota oficial.

Durante a entrevista, Lula disse estar tranquilo e reforçou a confiança em Messias. "Eu estou muito tranquilo com isso. Eu cumpri com o meu papel, mandei o nome que eu entendo que tem qualificação profissional para ser ministro da Suprema Corte. Qualificação comprovada como advogado-geral da União."