Política
TJ-SP condena Paulo Kogos a indenizar Kim Kataguiri por acusação de 'rachadinha'
Influenciador terá de pagar R$ 15 mil ao deputado federal após associá-lo, sem provas, a prática de corrupção; decisão cabe recurso.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou o influenciador Paulo Kogos (União-SP) a pagar R$ 15 mil ao deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) e a arcar com as custas do processo por tê-lo acusado, sem provas, de envolvimento em "rachadinha".
A decisão, proferida em segunda instância, confirma o entendimento da fase anterior, mas ainda cabe recurso. O Estadão tenta contato com Kogos.
Kataguiri acionou a Justiça em dezembro de 2024, alegando que sua imagem foi prejudicada após Kogos associá-lo publicamente a práticas de corrupção.
Segundo a defesa do deputado, Kogos divulgou informações "falsas e caluniosas" ao acusá-lo de exigir parte do salário de assessores, prática conhecida como "rachadinha".
"As contas de campanha do requerente foram devidamente aprovadas, não havendo sequer instauração de inquérito policial para apurar a suposta prática de crime", destacou o juiz Ronnie Herbert Barros Soares, relator do caso. "O requerente teve sua imagem efetivamente atingida e apenas recorreu ao Poder Judiciário para buscar a reparação cabível, agindo, portanto, de forma legítima e dentro da legalidade."
Em dezembro, Kogos publicou no X (antigo Twitter) uma comparação entre o que "idiotas manipulados pela mídia" e o que "pessoas pensantes e bem informadas" imaginam ao ouvir "rachadinha".
No primeiro grupo, Kogos citou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-assessor Fabrício Queiroz. No segundo, mencionou Kataguiri e o deputado federal André Janones (Avante-MG).
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em 2020 por supostas "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), mas a denúncia foi arquivada pela Justiça do Rio em 2022. Janones é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) e responde a processo de cassação na Câmara dos Deputados por suspeita de prática semelhante. Todos negam as acusações.
No caso de Kataguiri, a publicação de Kogos citava uma reportagem da Folha de S.Paulo sobre repasses de servidores para sua campanha em 2022. Kataguiri nega irregularidades e afirma ter recebido doações de assessores de políticos do União Brasil. "Apesar de não haver nenhum problema legal com tais doações, o requerente, a fim de evitar qualquer questionamento e manter um elevado nível ético na campanha, devolveu tais doações", informa a ação.
Kogos se apresenta como economista, filósofo, autor e empresário, e é conhecido na internet por declarações polêmicas. Foi candidato a deputado estadual em 2022 e a vereador em 2024, sendo derrotado em ambas as disputas.
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