Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (1), o senador Paulo Paim (PT/RS) anunciou que este será seu último mandato parlamentar. Eleito senador pela primeira vez em 2002, Paim também exerceu o mandato de deputado federal entre 1987 e 2003. Sua trajetória política é marcada pela defesa dos direitos dos trabalhadores, da Previdência Social, pela valorização do salário mínimo, pelo combate a discriminações e pelo fortalecimento da proteção a crianças, jovens e idosos.

O senador, que iniciou sua carreira como metalúrgico em Caxias do Sul (RS), tem atualmente 75 anos. Em seu discurso, agradeceu às lideranças políticas que o acompanharam ao longo dos anos, destacando nomes do PT, PSol e PCdoB, além de relembrar sua forte ligação com os movimentos sindicais.

— Fica aqui um carinho especial ao movimento sindical, a todas as centrais nacionais e estaduais, que inclusive viajaram comigo pelo estado [do Rio Grande do Sul], fazendo o bom debate das pautas dos trabalhadores, como a da Previdência, a da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], a da "pejotização", que são preocupações nossas, da própria escala 6x1. Agradeço a todos que têm essa visão de que o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras tem que ser respeitado. Discutimos, nas viagens que fizemos, o trabalho escravo, a questão dos MEIs [microempreendedores individuais], a questão da urbanização da economia — afirmou.

Em tom emocionado, Paim fez questão de homenagear os militantes que o acompanharam ao longo da trajetória política:

— Os militantes sabem que correm o risco dos naufrágios, correm o risco de serem levados pelas ondas, mas, no fim das contas, isso não importa, pois há uma missão a ser cumprida: eles querem alcançar as areias da praia. Aqueles que militam, dedicam-se, de corpo e alma, aos serviços de uma luta boa e justa. Não importam os descaminhos, eles, os militantes, sempre darão um jeito de escalar as montanhas e concretizar os sonhos da plena liberdade humana, da justiça social e do trabalho digno. E tudo isso é ser um verdadeiro militante. Com eles, muito eu aprendi, com muito orgulho eu digo: como é bom, como é bom amar todos vocês — declarou.

Por Bruno Augusto, sob supervisão de Patrícia Oliveira