Política

Comissão aprova agravante para violência institucional contra mulher vítima de violência doméstica

Projeto de lei dobra penas para casos de revitimização de mulheres em situação de violência doméstica, tanto em instituições públicas quanto privadas

28/11/2025
Comissão aprova agravante para violência institucional contra mulher vítima de violência doméstica
Deputada Sâmia Bomfim, relatora do projeto de lei - Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 185/25, que tipifica a violência institucional como crime no Código Penal e prevê agravante para casos envolvendo mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.

De acordo com a Lei de Abuso de Autoridade, considera-se violência institucional quando servidores públicos ou terceiros submetem vítimas de crimes a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, ocasionando a chamada "revitimização".

Atualmente, a pena para esse crime é de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa. Com a nova proposta, a pena será dobrada nos casos em que a revitimização atingir mulheres vítimas de violência doméstica.

O projeto também altera o Código Penal para permitir a punição de casos de revitimização em instituições privadas, como locais de proteção, trabalho, estudo ou lazer, onde as vítimas buscam apoio.

Nessas situações, a pena de 2 a 10 meses de prisão e multa também será aplicada em dobro quando a vítima for mulher em situação de violência doméstica.

A relatora, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), recomendou a aprovação do texto, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ). Segundo Bomfim, a inclusão do agravante para casos envolvendo mulheres vítimas de violência doméstica tem um “efeito indireto relevante”, ao recolocar a Lei Maria da Penha como referência central no ordenamento jurídico.

De acordo com a relatora, será essa legislação que orientará a definição de violência doméstica e familiar, justificando o aumento da pena para casos de violência institucional.

Próximos passos
A proposta segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O projeto está sujeito à apreciação do Plenário e, para virar lei, precisa ser aprovado por deputados e senadores.