A defesa do empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS" e preso desde setembro sob suspeita de envolvimento em um esquema de desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), solicitou ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), o desbloqueio de parte dos valores bloqueados em suas contas.

O empresário está detido por ordem do ministro, no âmbito das investigações da Operação Sem Desconto. Nesta quinta-feira (13), Antunes foi alvo de um segundo mandado de prisão preventiva, também expedido por Mendonça, sob a acusação de tentar ocultar valores desviados do INSS.

Segundo a nova defesa, o pedido ao STF tem como objetivo viabilizar o pagamento de dívidas trabalhistas de suas empresas, referentes a processos movidos por ex-funcionários. Com o início das investigações da Polícia Federal, as empresas do "Careca do INSS" tiveram R$ 55 milhões bloqueados e interromperam suas atividades, resultando na demissão dos empregados.

Os advogados Danyelle Galvão e Leandro Raca, que assumiram a defesa após a saída de Cléber Lopes, solicitaram o desbloqueio de recursos suficientes para quitar dívidas trabalhistas que vencem nos próximos dias, no valor de R$ 155 mil.

"Após o bloqueio global dos ativos das empresas e de Antônio, as atividades empresariais foram encerradas e todos os funcionários/colaboradores foram desligados, à exceção de uma colaboradora que tem estabilidade. Várias reclamatórias trabalhistas foram ajuizadas e em 25 casos as audiências de conciliação já ocorreram e acordos foram firmados, como adiante exposto", informa a petição apresentada ao STF.

A defesa também ressalta que os bloqueios paralisaram as atividades da ACDS, sociedade que depende do capital de sua controladora para honrar compromissos com ex-empregados e manter obrigações correntes.