Política

União Brasil adia reunião que decidirá sobre expulsão de Celso Sabino

Conselho de Ética do partido remarca avaliação sobre permanência do ministro do Turismo para 24 de novembro, após pedido da defesa devido à COP30

06/11/2025
União Brasil adia reunião que decidirá sobre expulsão de Celso Sabino
Celso Sabino - Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

O União Brasil decidiu adiar para o dia 24 de novembro a reunião do Conselho de Ética que avaliará a possível expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, da legenda. O encontro, inicialmente previsto para a próxima segunda-feira, 10, será realizado de forma virtual, às 15h, conforme informou a assessoria do partido.

A defesa do ministro solicitou a alteração da data porque coincidia com a abertura oficial da COP30, em Belém (PA). O evento é considerado a principal bandeira e vitrine política para Sabino, que é deputado federal eleito pelo Estado. Internamente, a escolha do momento para a reunião foi interpretada como uma provocação.

Celso Sabino responde a processo por infidelidade partidária após optar por permanecer no comando do Ministério do Turismo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo após o União Brasil anunciar seu desembarque da administração federal e exigir a devolução dos cargos ocupados por seus filiados.

O ministro chegou a entregar uma carta de demissão a Lula, mas recuou da decisão após receber o apoio de 46 dos 59 deputados do União Brasil. Os parlamentares assinaram um manifesto em defesa da permanência de Sabino à frente da pasta, alegando que não querem perder o acesso ao Ministério do Turismo.

Em entrevista ao Estadão, Sabino reconheceu que a situação se tornou mais favorável com a retomada da popularidade do presidente. "O governo Lula, hoje, é a noiva bonita e todo mundo quer estar ao lado dela", afirmou.

O ministro declarou que não considera sua expulsão do partido como certa, mas revelou já ter sido sondado por diversas siglas: "Quase todos, para não dizer todos", disse.

"Não é coerente que, para uma pessoa que nunca infringiu nenhuma norma do partido, seja aplicada a pena mais gravosa na sua primeira suposta infração. Sou um dos fundadores do União Brasil. Criei o partido no Pará, meu Estado", completou Sabino.