Política
Governador da Bahia nega 'estado matador', mas defende pulso firme contra o crime
Jerônimo Rodrigues afirma que altos índices de mortes em ações policiais exigem correções internas, respeito aos direitos humanos e mais investimentos; operação que prendeu 38 pessoas “não é resposta ao Rio”, diz
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou que o estado precisa agir com “pulso forte” no combate ao crime organizado, mas sem assumir o papel de um “estado matador”. Em entrevista ao UOL, o petista reconheceu a gravidade dos altos índices de mortes em ações policiais no estado — o maior do país nesse tipo de ocorrência — e disse que o governo tem buscado equilibrar firmeza no enfrentamento com o respeito aos direitos humanos.
— O Estado não tem um papel, historicamente, de um Estado matador. Eu sei disso. O Estado tem que ter um pulso forte. A presença de um Estado que resiste à atuação de um crime organizado, ele tem que ter e dar resposta, porque a sociedade, as famílias, as pessoas precisam exercer o seu direito de ir e vir — afirmou o governador.
Jerônimo comentou também sobre a Operação Freedom, deflagrada na última semana e que resultou na prisão de 38 pessoas na Bahia e no Ceará. Segundo ele, a ação é fruto de um trabalho de inteligência de longo prazo e não uma reação imediata a recentes episódios de violência no Rio de Janeiro.
— A Operação Freedom já vem há um ano fazendo os estudos, as investigações, a inteligência trabalhando, não foi uma resposta ao que aconteceu no Rio de Janeiro, foi o tempo dela, a maturidade dela — explicou.
O governador disse ainda que enfrenta um desafio histórico ao buscar reestruturar as forças de segurança do estado. Segundo ele, o plano inclui investimentos em infraestrutura, equipamentos, capacitação e melhoria salarial para os policiais.
— Nós herdamos um Estado com essa polícia e estamos enfrentando para justamente a polícia fazer as correções devidas, respeitando naturalmente os direitos humanos, mas também oferecendo as condições de trabalho. O crime organizado tem que ser enfrentado com investimentos, investimentos de equipamentos, de armas, de viaturas, das condições de trabalho, de capacitação, de concurso. Eu estou fazendo o papel que nós, desse projeto político aliado do presidente Lula, nós estamos enfrentando um desafio contra o crime organizado, mas também oferecendo uma intervenção para a gente poder fazer as correções que a Polícia Militar, a Polícia Civil, as polícias precisam fazer — afirmou.
Além da área policial, o governo da Bahia aposta em políticas sociais para reduzir o recrutamento de jovens pelo crime. Jerônimo destacou a expansão de escolas em tempo integral e o uso das unidades durante as férias escolares para atividades abertas às comunidades.
— Nós anunciamos que vamos continuar abrindo as escolas agora nas férias, escola de tempo integral para fazer a disputa para que esses meninos e meninas não sejam cooptados com facilidade pelo crime organizado — disse.
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