Política
Ministra solicita ampliação de verbas para pesquisas em universidades
Em audiência na Câmara, Luciana Santos defende aumento de R$ 1 bilhão no orçamento da Pasta para 2026 e destaca avanços em inovação sustentável
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, solicitou aos deputados da comissão temática na Câmara dos Deputados um acréscimo de cerca de R$ 1 bilhão no orçamento da Pasta para 2026, com o objetivo de fortalecer o custeio de pesquisas em universidades.
O pedido foi feito durante audiência sobre novas tecnologias sustentáveis para a agropecuária, muitas das quais serão apresentadas na COP30, conferência do clima que terá início na segunda-feira (10) em Belém, no Pará.
Luciana Santos destacou que os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) vêm crescendo, atingindo R$ 37,4 bilhões entre 2023 e 2025.
“Em três anos, nós investimos quase seis vezes mais do que nos quatro anos do governo anterior”, afirmou a ministra.
Ela ressaltou, no entanto, que ainda é necessário superar a dependência tecnológica externa em diversos setores. Defendeu, ainda, que o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) — empresa pública de semicondutores — deixe de ser estatal dependente do Tesouro Nacional para gerir suas próprias receitas.
Inteligência artificial impulsiona o agronegócio
Juliano Sebben, da Confederação Nacional da Indústria, estimou um crescimento de 38% no uso da inteligência artificial (IA) no setor agrícola entre 2025 e 2033. A tecnologia tem sido empregada para otimizar o uso de fertilizantes e a gestão de riscos climáticos.
Com recursos do FNDCT, já foi desenvolvido, por exemplo, um sistema de cálculo de peso bovino por câmeras 3D, que reduz o estresse animal e o tempo de trabalho.
Stanley Oliveira, da Embrapa, informou que a instituição conta com mais de 700 projetos utilizando IA, desde sistemas para contagem de frutas até recomendações de ração para peixes — tecnologia que será apresentada na COP30. No total, a Embrapa lançará 32 novas tecnologias durante a conferência, incluindo um aplicativo que calcula a janela ideal de plantio.
A empresa Solinftec apresentou o robô Solix, capaz de detectar ervas daninhas e reduzir em 90% o uso de herbicidas por meio de aplicações localizadas. A inovação também diminui o uso de inseticidas e diesel.
“A gente não usa nenhum tipo de combustível com o Solix. Ele roda 100% com energia solar. Muita gente já viu o robozinho que limpa a casa, que volta para a estação para recarregar a bateria. O Solix volta também para a estação para recarregar o produto”, explicou a técnica Natália Machado.
Especialistas ressaltaram a importância de aprovar a regulação do uso da inteligência artificial (PL 2338/23), para garantir segurança e fomentar a inovação no país.
Desburocratização da pesquisa
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), responsável pelo requerimento da audiência, defendeu a elaboração de propostas que simplifiquem o processo de pesquisa no Brasil.
“Tem muito pesquisador que diz que dá mais trabalho prestar conta do que fazer pesquisa. E tem muita gente que já não quer mais fazer pesquisa, porque tem medo, porque põe o CPF ali e tem que gastar dinheiro depois. Enfim, não é isso que a gente deseja”, afirmou o parlamentar.
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