Política

Câmara aprova adesão do Brasil ao Acordo de Escazú sobre justiça ambiental

Proposta segue para o Senado e fortalece direitos de acesso à informação, participação pública e justiça em questões ambientais na América Latina e Caribe

05/11/2025
Câmara aprova adesão do Brasil ao Acordo de Escazú sobre justiça ambiental
Deputados reunidos no Plenário - Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5) a proposta de adesão do Brasil ao Acordo de Escazú, tratado internacional que visa fortalecer os direitos de acesso à informação, participação pública e justiça em questões ambientais na América Latina e no Caribe. O texto segue agora para análise do Senado.

O relator em Plenário, deputado Clodoaldo Magalhães (PV-PE), recomendou a aprovação da Mensagem 209/23, enviada pelo Poder Executivo e transformada no Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 934/25.

Em seu parecer, Magalhães destacou que o acordo é fundamental para o enfrentamento da criminalidade ambiental, especialmente na Amazônia, onde práticas ilegais como garimpo e desmatamento estão ligadas a outras atividades criminosas.

“O Acordo de Escazú desarticula vantagens comparativas das organizações criminosas, especialmente em zonas de fronteira, e reforça a capacidade do Estado brasileiro de cumprir o dever de proteção ambiental e de segurança pública com respeito aos direitos humanos”, afirmou o relator.

Assinado pelo Brasil em 2018, o acordo está em vigor desde 2021 e já foi ratificado por 13 países. Segundo o governo, trata-se do primeiro tratado ambiental da América Latina e do Caribe e o único no mundo com cláusulas específicas para a proteção de defensores ambientais. Entre os principais pontos estão:

  • Acesso gratuito à informação ambiental;
  • Participação social desde as etapas iniciais de projetos com impacto ambiental;
  • Mecanismos de acesso à Justiça, como medidas cautelares e assistência jurídica gratuita.

A adesão ao Acordo de Escazú é uma das prioridades da Frente Parlamentar Ambientalista. Pela Constituição, tratados internacionais precisam ser aprovados pelo Congresso Nacional para produzirem efeitos jurídicos no Brasil.

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