O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não vê problema em cumprimentar seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, que ocorrerá na próxima terça-feira (23), em Nova York, apesar do desgaste nas relações provocado pelo tarifaço americano contra o Brasil.

"Se ele chegar e passar perto de mim, vou cumprimentá-lo porque eu sou cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo. Estendo a mão para todo mundo. Nasci na vida política negociando. Então, para mim não tem nenhum problema", disse Lula em entrevista à BBC News.

"Trump tem negado tudo aquilo que é habitualmente conhecido, de respeito às instituições democráticas. Mas isso não mexe na relação entre Brasil e Estados Unidos. Se Donald Trump foi eleito pelo povo americano, ele é o presidente dos EUA, e é com ele que eu tenho que ter relações. E da mesma forma comigo. Ele pode ter uma simpatia pelo Jair Bolsonaro, mas eu sou o presidente, ele tem que negociar com o Brasil. É assim que dois chefes de Estado se comportam", acrescentou.

Apesar do tom conciliador, o presidente ainda disse que os "americanos pagarão por erros que Trump está cometendo na relação com o Brasil".

A viagem de Lula a Nova York ocorrerá sem que os Estados Unidos tenham autorizado ainda os vistos para toda a delegação brasileira, atraso que motivou um questionamento formal do Ministério das Relações Exteriores a Washington.