Política
Com acenos e telefonemas frequentes, Lula e Barroso superam passado de rusgas e se aproximam
Com intermediação de Zanin e Messias, presidente e ministro, agora à frente do Supremo, buscam estabelecer pontes, em movimento defendido por integrantes do Executivo e Judiciário
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Luís Roberto Barroso, agora à frente do Supremo Tribunal Federal, deixaram de lado um passado de rusgas e iniciaram uma aproximação. Além de o chefe do Executivo ter cumprido a praxe e ido à posse do magistrado no comando da Corte, os dois têm se falado por telefone com frequência, em um processo que tem como principais articuladores o titular da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e os ministros do STF Cristiano Zanin e Gilmar Mendes.
Interlocutores de ambos os lados veem o movimento como necessário à manutenção do bom ambiente institucional, após as crises entre os dois Poderes durante a gestão de Jair Bolsonaro. No atual cenário, há o estremecimento recente entre STF e Congresso, evidenciado por votações no Senado e críticas do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao Judiciário.
Auxiliares de Lula no meio jurídico apostam que a relação será mais estreita do que a com Rosa Weber, que antecedeu Barroso na presidência da Corte e tinha postura mais reservada. A avaliação é que Barroso poderá percorrer o mesmo caminho de Gilmar e Alexandre de Moraes, dois integrantes da Corte que já tiveram atritos com Lula e o PT no passado e hoje desfrutam de interlocução privilegiada com o presidente.
— Percebo no ministro Barroso uma disposição de buscar um diálogo constante em prol da harmonia entre os Poderes, em benefício do país. Compartilhamos com ele essa disposição e entendimento — disse Messias ao GLOBO.
O chefe da AGU é um dos cotados para a vaga aberta no Supremo com a aposentadoria de Rosa Weber e conversa com o presidente da Corte ao menos uma vez por semana.
No Palácio do Planalto, a presença de Lula na posse de Barroso é citada como um exemplo da disposição em estabelecer uma ponte. O evento ocorreu pouco mais de 12 horas antes da internação do presidente para cirurgias no quadril e nos olhos. Lula já cumpria protocolos médicos pré-operatórios quando optou por ir à Corte. Pessoas próximas ao petista enxergam no gesto uma tentativa de prestigiar Barroso, já que Lula poderia ter optado pelo recomendado repouso e feito apenas uma ligação protocolar.
O chefe da AGU é um dos cotados para a vaga aberta no Supremo com a aposentadoria de Rosa Weber e conversa com o presidente da Corte ao menos uma vez por semana.
No Palácio do Planalto, a presença de Lula na posse de Barroso é citada como um exemplo da disposição em estabelecer uma ponte. O evento ocorreu pouco mais de 12 horas antes da internação do presidente para cirurgias no quadril e nos olhos. Lula já cumpria protocolos médicos pré-operatórios quando optou por ir à Corte. Pessoas próximas ao petista enxergam no gesto uma tentativa de prestigiar Barroso, já que Lula poderia ter optado pelo recomendado repouso e feito apenas uma ligação protocolar.
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