O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontraram na manhã deste sábado numa padaria na Pampulha, em Belo Horizonte, para um café da manhã. O encontro ocorre em meio a ataques de aliados e filhos do ex-presidente após falas de Zema com críticas ao antigo governo. Os dois posaram juntos para fotos e minimizaram desavenças.

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Em um gesto a Bolsonaro, Zema publicou uma imagem em suas redes do encontro. Ele chama Bolsonaro de "presidente" na publicação e usa um ditado mineiro para apaziguar os ânimos: "Com um cafezin e pão de queijo, todo mundo se entende!", publicou. Ainda durante o encontro, Bolsonaro declarou ao Estado de Minas não ter "nenhum tipo de briga", e que é comum ter "desentendimentos".

— Não tivemos nenhum tipo de briga. Da minha parte, não houve nenhum problema. É comum ter desentendimentos. No mais, está tudo bem — afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro desembarcou na capital mineira nesta sexta-feira. Além do encontro com Zema, o ex-presidente participou de um evento no PL Mulher, junto com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente da sigla Valdemar Costa Neto, e o deputado federal Nikolas Ferreira.

Em seu discurso no PL, Bolsonaro voltou a acenar para Zema, e afirmou que o governador tem seus defeitos, mas faz um bom trabalho pelo estado ao afastar a esquerda do poder:

— Com a reeleição do governador Zema, peço a Deus que se consolide o afastamento da esquerda nesse estado. É um governador que tem os seus defeitos, mas tem feito um bom trabalho por Minas Gerais. Não estamos aqui para criticar quem quer que seja, preferimos potencializar virtudes — disse.

Ainda em sua fala, Bolsonaro sinalizou ao deputado estadual Bruno Engler, que mira uma candidatura à prefeitura da capital.

— Não é fácil ser prefeito de Belo Horizonte, viu, Bruno Engler? — disse Bolsonaro.

Nas últimas duas semanas, o governador de Minas se tornou alvo preferencial do núcleo mais próximo do ex-presidente. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) tem voltando inúmeras críticas ao governador mineiro.

Os ataques começaram após Zema dizer que se considerava diferente de Bolsonaro por não empregar familiares na política, além de criticar a gestão do governo federal durante a pandemia da Covid-19. O vereador rebateu as falas e chamou Zema de "insosso" e "malandro com cara de pastel".

Nos dias subsequentes, os ataques prosseguiram com inúmeras críticas em postagens pelo X (antigo Twitter). Ao responder uma matéria que falava sobre o suposto plano do mineiro de herdar o legado político de Bolsonaro, Carlos partiu para o ataque:

"Juntando com Doria (João Doria, ex-governador de São Paulo) e atacando a família do (ex)-presidente Jair Bolsonaro. Se você não concordar ou responder estará desunindo a direita. Aquele liberal que gosta de aumentar imposto e fazer cara de idiota", disparou o vereador.

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A primeira parte da fala refere-se ao que Zema disse recentemente durante o evento conservador CPAC 2023. Na ocasião, o governador de Minas falou sobre a necessidade de "unir a direita", o que não agradou o núcleo bolsonarista. Zema chegou a ser acusado de hipocrisia por interlocutores do ex-presidente, como o ex-secretário Fabio Wajngarten, por nem sempre ter sido fiel a Bolsonaro.