De volta a Brasília após passar por procedimentos médicos em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro evitou responder perguntas sobre o acordo de delação premiada fechado por Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Ao desembarcar na capital federal, ele alegou recomendação médica para não falar após realizar cirurgias de correção de desvio de septo e por uma endoscopia para correção de refluxo gástrico

— É uma cirurgia invasiva, não vou desobedecer a recomendação médica — disse Bolsonaro a jornalistas ao chegar em Brasília.

Questionado sobre Cid, o ex-presidente não respondeu e deixou a área de desembarque. Em seguida, entrou no carro que o esperava, já com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em seu interior.

—Não, não, não—disse Bolsonaro enquanto caminhava até o carro.

Bolsonaro foi internado na última segunda-feira. Ele é assistido pelo gastroenterologista Antonio Luiz Macedo e pelo otorrinolaringologista Sérgio Salomão Abdala Carui.

Bolsonaro tem uma suboclusão intestinal provocada pela facada durante a campanha eleitoral de 2018 e, por isso, precisa passar frequentemente por exames e procedimentos relacionados ao estômago e intestino. Ele já passou por quatro cirurgias por complicações causadas pelo ferimento e já precisou ser internado em pelo menos outras oito ocasiões para tratar das complicações.

No mês passado, o ex-presidente foi internado em São Paulo com dores na região abdominal. Passou por ressonância magnética, endoscopia, tomografia e exames de sangue na ocasião. À época, o cirurgião Antônio Luiz Macedo, que comandará o procedimento desta terça-feira, afirmou ao GLOBO que Bolsonaro estava em condições de passar pelas cirurgias necessárias.