Política

Padilha diz que separação do Ministério da Justiça 'não está na mesa do presidente'

Alas do PT tentam desmembrar pasta sob o comando de Flavio Dino em dois, criando uma estrutura exclusiva para Segurança Pública

Agência O Globo - GLOBO 19/09/2023
Padilha diz que separação do Ministério da Justiça 'não está na mesa do presidente'
Alexandre Padilha - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha afirmou nesta terça-feira que a discussão sobre um possível desmembramento do Ministério da Justiça e Segurança Pública não está na mesa do presidente Lula. Como o GLOBO mostrou, o ministro da Justiça Flávio Dino entrou na mira do Centrão e de colegas da Esplanada, incomodados com supostos excessos em operações da Polícia Federal (PF), e do PT, partido que trabalha para diminuir o poder dele no núcleo do governo mais próximo ao presidente.

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Alas da sigla do presidente tentam dar fôlego ao plano de desmembrar o ministério em dois, criando uma estrutura exclusiva para cuidar de Segurança Pública.

— Não está na minha mesa, nem na do presidente. Esse foi um debate que aconteceu na transição, quando os grupos de trabalho discutiam isso. O presidente Lula e o conjunto do governo decidiu que era melhor ter um ministério que combinasse as duas coisas, o sistema de justiça e os mecanismos de apuração e eu sou parte também que defende que precisa continuar com esse modelo. Mas esse tema não apareceu nem na minha mesa nem na mesa do presidente da República — afrimou Padilha em entrevista à Rádio CBN.

Durante a campanha do ano passado, Lula chegou a prometer que criaria uma pasta específica voltada ao tema, em uma tentativa de se aproximar de uma pauta cara à direita. Na transição de governo, no entanto, Dino conseguiu convencer o presidente a manter as duas pastas unificadas.

Em quase nove meses de governo, o ministro se tornou um dos principais conselheiros do presidente para assuntos do meio jurídico e tem ampliado sua influência em um círculo onde é o único nome fora do PT. Já cotado para a vaga da Suprema Corte, ouviu de Lula um pedido de nomes de mulheres que poderiam ser indicadas ao STF, pleito que mobiliza parte da base lulista.