Política
Barroso desmente declaração de advogado em julgamento sobre 8 de janeiro: 'Jamais disse que eleição se toma'
Para o ministro do STF, 'essa é mais uma fraude que se alimenta online'
Após o advogado responsável pela defesa do segundo réu pelos ataques de 8 de janeiro citar uma suposta frase atribuída ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as eleições, o próximo presidente da Corte aproveitou a oportunidade para desmentir a notícia falsa mais uma vez.
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— Eu jamais disse que eleição não se ganha, eleição se toma. Essa é mais uma fraude que se alimenta on-line — afirmou o ministro.
O advogado Hery Kattwinkel, que atua na defesa do réu Thiago de Assis Mathar, de 43 anos, utilizou a frase falsamente atribuída a Barroso durante a sua sustentação oral.
— Ato antidemocrático é quando um ministro da Suprema Corte fala que eleição não se ganha, eleição se toma. Isso é preocupante. Isso nos causa medo, insegurança, calafrios — disse o advogado.
Antes do início do voto do relator, Alexandre de Moraes, Barroso aproveitou para fazer o esclarecimento, mais uma vez, e atribuiu "às mentiras das milícias digitais" os vídeos falsos que circularam.
Em 2021, segundo o ministro, ele esteve no Senado e conversou com o senador Mecias de Jesus, de Roraima, sobre a questão do voto impresso.
— O senador me disse que não era a favor do voto impresso pois, por duas vezes ganhara eleições em seu estado, por pouquíssimos votos. Depois, estive na Câmara dos Deputados e me reuni com o filho do senador, Jonathan de Jesus, quando mencionei para ele o episódio narrado por seu pai, de que eleição em Roraima não se ganha, se toma”. Fizeram uma edição no vídeo, que passou a circular com a frase atribuída a mim.
Em agosto de 2021, Barroso já havia feito esclarecimentos sobre a frase distorcida. À época, o ministro explicou que a declaração fora editada de forma enganosa para suprimir o trecho "em Roraima", que antecedia a frase. Barroso se referia a acusações de fraude eleitoral no estado anteriores à adoção do voto eletrônico, e citava um raciocínio da classe política em Roraima quando vigorava o voto impresso.
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