Política
Representatividade no Judiciário: nove estados nunca tiveram mulher eleita para presidência da OAB
Levantamento obtido pelo GLOBO faz raio-x do baixo número de magistradas em postos de poder na Justiça
Nove direções estaduais da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) nunca foram comandadas por mulheres, enquanto em outras dez, elas foram eleitas para a presidência apenas uma vez. É o que mostra levantamento feito pela plataforma Justa, obtido pelo GLOBO, que mostra a sub-representação feminina nos comandos da Tribunais de Justiça e direções estaduais da OAB.
Em meio a pressão por mulher no STF: Rosa Weber diz que falta de representatividade é ‘déficit para democracia’
'Gesto emblemático e necessário': Ministro aposentado, Celso de Mello defende indicação de mulher para o STF
O debate por mais participação de mulheres na alta cúpula do Judiciário se reacende com a pressão de movimentos da sociedade civil pela escolha de uma jurista para a vaga da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que se aposenta em outubro.
Atualmente, cinco seções estaduais da OAB estão sob o comando feminino — na Bahia, com a advogada Daniela Lima de Andrade Borges; em São Paulo, com a advogada Patrícia Vanzoloni; no Mato Grosso, com a advogada Gisela Alves Cardoso; no Paraná, com a advogada Marlena Indira Winter; e em Santa Catarina, com a advogada Cláudia da Silva Prudêncio.
Já entre as Justiças estaduais, apenas quatro tribunais são presididos por mulheres. Dos 22 estados com informações disponíveis sobre os tribunais, em 14 ou nunca houve mulher no comando ou só aconteceu uma vez, o equivalente a 63%. Em seis, a chefia jamais ocorreu, enquanto em oito foi episódio isolado.
Já na alta cúpula do Judiciário, além da ministra Rosa Weber, somente outras duas mulheres foram indicadas a uma cadeira na Corte: as magistradas Ellen Gracie, que se aposentou em 2011, e Cármen Lúcia. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), hoje presidido pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, tem seis mulheres entre os 33 integrantes. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), elas são seis entre os 27 componentes. Já no Superior Tribunal Militar (STM), há apenas uma mulher entre 15 magistrados, Maria Elizabeth Rocha.
— Os dados ilustram o último degrau de uma longa e tortuosa escada cheia de barreiras que as mulheres precisam percorrer. Há no Brasil uma destacada ausência de mulheres nas instâncias decisórias das instituições de justiça—afirma Luciana Zaffalon, diretora-executiva do Justa. — É preciso que superemos as barreiras sistemáticas e paradigmas discriminatórios que impedem mulheres de prosperar na promoção e na ascensão aos cargos de liderança no Poder Judiciário.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS TRABALHISTAS
Segunda parcela do décimo terceiro será antecipada: veja quando cai o pagamento
-
5FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado